Total de desocupados em julho foi de 12,3 milhões, afirma IBGE

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SUL FLUMINENSE

O país segue contabilizando dados negativos no setor de emprego e renda durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Segundo dados divulgados ontem pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) sobre a Covid-19 (PNAD COVID), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O total de desocupados aumentou em julho, perante o mês anterior. Também baixou o nível de pessoas em idade de trabalhar no mesmo período.

O nível da ocupação, percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar baixou de 49% em junho para 47,9%, em julho. Dos 81,5 milhões de ocupados em julho, 9,7 milhões estavam afastados do trabalho na semana de referência, dos quais 6,8 milhões estavam afastados devido ao distanciamento social. Esses dois contingentes caíram, respectivamente, 34% e 42,6% em relação a junho.

De junho para julho, a proporção de pessoas afastadas devido à pandemia no total de pessoas ocupadas caiu de 14,2% para 8,3%. O total de pessoas desocupadas em julho foi de 12,3 milhões, 3,7% acima do total de junho (em termos absolutos, equivale a 438 mil pessoas).

No Brasil, segundo os resultados da PNAD COVID, a taxa de desocupação aumentou em 0,7 pontos percentuais de junho para julho (passou de 12,4% para 13,1%).  A população fora da força de trabalho, em julho, foi estimada em 76,5 milhões de pessoas (+2,1% em relação a junho). Deste total, 36,9% (28,2 milhões) gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, e 24,8% (19 milhões) não buscaram trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostariam de trabalhar. Em junho, entre as pessoas que embora quisessem trabalhar não o fizeram, 66,7% alegaram como principal motivo a pandemia ou a falta de trabalho na localidade. Em julho, esta proporção subiu para 67%.

SEM DINHEIRO NA QUARENTENA

Os dados nacionais refletem o cenário de diversos trabalhadores no Sul Fluminense, que perderam o emprego durante a pandemia engrossando o quadro de desocupados. “São longos meses em meio à quarentena, oferta reduzida de emprego e contas, despesas subindo. Ficar sem dinheiro tendo de permanecer em isolamento aumenta a sensação de ser de fato um desocupado. Eu busco oportunidade nas indústrias, mas o cenário é de demissões, cortes. Acho que somente em 2021 isso deve mudar, infelizmente”, comenta o operador de linha de montagem industrial, Gerson Vieira, 27.

Para a analista de Recursos Humanos Sandra Marinho, a dica para quem esta desempregado é manter a qualificação e focar em oportunidades que possam surgir. “É fato que o trabalhador não pode deixar de estar atento a novas chances e ser mais competitivo que os demais. As empresas estão num momento de adaptação à crise e há retração em novas contratações, pelo que percebemos. Quem perde o emprego agora precisa ter consciência que a crise vai passar e novas chances surgirão”, comenta.

RENDIMENTO DOMICILIAR

A PNAD COVID também analisou o rendimento médio real domiciliar per capita no país, constando que efetivamente recebido em julho foi de R$ 1.271, ou seja, 2,9% acima do valor de junho (R$1.236). O rendimento médio domiciliar per capita dos domicílios onde nenhum dos moradores recebia algum auxílio do governo concedido em função da pandemia (R$ 1.760) era, em média, mais de duas vezes superior ao daqueles onde algum morador recebia o auxílio (R$ 797). Essa proporção se manteve nas cinco regiões.

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