Toque de Dandara exalta força, resistência e luta feminina

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“O céu abençoou, o povo disse axé, samba mulherou, Dandara é força e fé! Dandara é toque brasileiro de mulher!”, assim a compositora Cláudia Monteiro descreve as Dandaras.

Toque de Dandara é um grupo de mulheres musicistas que se reúnem para dar vez e voz ao sexo feminino. Sendo exemplo de resistência e luta através de composições próprias. Uma vez ao mês o grupo se apresenta no Centro Cultural Fundação CSN.

O grupo é formado por Camila Gav, Clarete Braz Patrocinio, Fabi Andrade

Dorinete Patrocinio, Camila Gabriela, Roberta Lucia, Rafaela Celi Silva Almeida, Barbara Cunha, Ester Anibal, Isabella Alves dos Santos, Celia Moraes, Tathiany de Assis Barbosa e Reco do Cavaco, único homem do grupo, já que não há mulheres tocando tal instrumento.

Fundado por Clarete Brás Patrocínio, Toque de Dandara nasceu em novembro do ano passado e já conta com extensa agenda de shows e apresentações sociais.  “O Samba de Dandara nasceu no mês da Consciência Negra, mulher negra e guerreira que não se curva às dificuldades e supera os obstáculos com ginga e capoeira. E não há forma melhor de driblar as desigualdades do que com a alegria do Samba, ritmo que pulsa no coração da gente e que faz a esperança se renovar a cada dia”, comentou Clarete.

A musicista que atua há dez anos como mestre de bateria do Bloco da Vida em Volta Redonda, destacou a importância de Dandara para a história brasileira. “Dandara era esposa de Zumbi dos Palmares e lutou bravamente ao lado dele. Visamos influenciar as mulheres quererem buscar e ocupar o seu espaço, não só na música, mas em todas as áreas. Queremos pesquisa, não queremos apenas entretenimento, a intenção é que o público busque a história e não apenas consuma o produto final”, esclareceu Clarete.

O Toque de Dandara nasceu do evento Samba da Dandara. “Fui convidada a montar o evento e tivemos a ideia de virar um grupo musical, e foi o que aconteceu. É um trabalho muito feliz que aborda cultura, história e resistência”, analisa.

Por ser um grupo de mulheres, Clarete aponta que ainda há pré-conceitos existentes. “Por sermos mulheres, muitos acham que não somos capazes de tocar determinados instrumentos, e resultar num bom samba, há resistência no olhar”, observou.

O sucesso é tanto que o grupo virou um drink através do Capacitar Hotelaria e Serviços, projeto social da Fundação CSN. “Fomos convidados a contar nossa história, e o ‘Manga com leite’ foi feito para desmistificar a história de que não se podia comer tais alimentos juntos”, citou a musicista.

Outro ponto importante é que em suas apresentações há sempre um intérprete de libras, visando à inclusão.

Dandara dos Palmares

Além de esposa de Zumbi e mãe de três filhos, lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil, liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. É exatamente por essa marca do machismo que Dandara não é reconhecida nem estudada. A maior parte da sua história é envolta em grande mistério. Dandara se suicidou em seis de fevereiro de 1694, quando foi presa. Jogou-se de uma pedreira direto para um abismo. Preferiu a morte a voltar a ser escrava.

CONTATO

(24) 99833-2868 – Clarete Braz

Agenda JULHO

Dia 7 – Feijoada Solidária Clube Tiradentes – Rua 1, nº 18, no bairro Tiradentes – Volta Redonda

Dia 17 – Paranoide Cervejaria – Rua Dep. Geraldo Di Biase, 666 – Aterrado, Volta Redonda

Dia 27 – Centro Cultural Fundação CSN – Vila Santa Cecília

 

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