Terra e lama preocupam moradores do São João Batista e outros bairros próximos, em Volta Redonda  

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 VOLTA REDONDA

Com as chuvas que atingiram o município nos últimos dias, moradores da Rua Miguel Cervantes e Avenida Nossa Senhora do Amparo, nos bairros Voldac, São João Batista e Jardim Caroline, tiveram uma péssima surpresa. Até então, segundo os moradores, não haviam percebido o que estava acontecendo no Novo Loteamento “Fazenda Derrubada”, em uma área particular. Segundo os reclamantes, em setembro, seus olhares voltaram para o loteamento dada as queimadas, fato que exigiu a presença do Corpo de Bombeiros para evitar fogo nas casas da parte  baixa. Agora novo susto, lama, deslizamento de terra e cascalho descendo do morro atingindo quintais de várias casas, principalmente no bairro São João Batista.

O presidente da Associação de Moradores dos bairros Voldac -São João Batista-Jardim Caroline, Marco Antônio, o Marquinho, disse que está preocupado com o que pode acontecer, já que os entulhos estão sendo acumulados em uma localidade que fica no alto do morro. “ Queremos uma solução nem que seja a construção de uma barragem. Tememos que tudo isso desabe em cima das pessoas. Não estamos contra nada e contra ninguém. A nossa luta é por vidas, já que se ninguém tomar providências vidas serão perdidas”, explicou o líder comunitário, ressaltando que a Defesa Civil já foi informada. Disse que os entulhos estão sendo retirados da Ilha São João e colocados na área particular após acordo entre prefeitura e proprietário da área. Isso, segundo Marquinhos, pode resultar em deslizamentos e inundações com lama.

O presidente da Associação de Moradores informou que está coletando assinaturas dos moradores para enviar às autoridades competentes pedindo providencias urgentes. “Minha preocupação é com os moradores, suas vidas e casas. Nosso pedido é que o Poder Público venha verificar esta situação. Há um aspecto urgente, fazer uma contenção para que mais terras não desçam do morro. Estamos coletando assinaturas para mostrar a situação”, contou Marquinho, lembrando que nesta semana ainda enviará os documentos ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e ao Poder Público.

NECESSIDADE DE AVALIAÇÃO TÉCNICA

O líder comunitário lembrou que o Novo Loteamento Fazenda Derrubada,  Processo No. MA 0066-02\2018, de agosto de 2020, refere-se à movimentação de terra com expansão e descarte no local. Disse ainda o presidente que, há indicadores de que o corte do talude e recolocação de parte resíduos oriundos da Ilha São João, com a construção do Jardim Botânico Municipal Antonieta Barreira Cravo, para o loteamento tenha sido também elementos catalizadores para o deslizamentos de grande quantidade de terra e cascalho na Rua Miguel Cervantes e na Avenida Nossa Senhora do Amparo.

Procurada pelo líder comunitário e alguns moradores das localidades atingidas, a equipe ambiental do Movimento Pela Ética na Política (MEP), ao tomar ciência do fato, e de posse de fotos e vídeos do local, está estudando a situação. “Há necessidade de uma avaliação técnica, com mais dados e, claro se pense algo emergencial para conter a lama e terra, depois reavaliar outros aspectos”, comentou a geóloga e coordenadora da equipe ambiental do MEP, Silvia Real.

Ao A VOZ DA CIDADE, por meio da Secretaria de Comunicação, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Volta Redonda (SMMA) informou que a empresa responsável pelo depósito dos matérias no terreno foi multada por descumprir algumas condicionantes do licenciamento ambiental e intimada a criar mecanismos de controle para que a situação não volte a se repetir. A SMMA disse ainda que vai acompanhar para garantir que ar normas sejam cumpridas.

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