Terceirizada sai de Volta Redonda e deixa trabalhadores com salários atrasados

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VOLTA REDONDA

Cerca de 600 trabalhadores, que prestavam serviço à terceirizada, Instituto Corpore nos postos de saúde e nos hospitais do município, estão sem saber o que fazer. Eles não receberam a metade do salário referente ao mês de agosto e o salário inteiro de setembro, já que a empresa, no final da semana passada, sem aviso prévio, deixou a cidade fechando o escritório que funcionava no bairro Vila Santa Cecília.

De acordo com alguns funcionários, de um dia para o outro a empresa saiu de Volta Redonda deixando todos sem pagamento e sem informações. Agora, os funcionários estão sem receber os direitos, sem emprego e com a Carteira de Trabalho sem dar baixa. O caso já está sendo apurado, mas conforme informações obtidas pelo A VOZ DA CIDADE, a Prefeitura de Volta Redonda vai ter que arcar com essa dívida deixada com os trabalhadores.

A informação é de que, como a empresa fez em Volta Redonda, já havia se repetido em outros municípios brasileiros. A informação é de que a empresa, na calada da noite, fechou seus escritórios deixando seus funcionários sem receber os direitos. Por isso, a informação é de que a Corpore, que tinha contrato firmado com a Prefeitura antes do Governo Samuca Silva, hoje já responde a vários processos trabalhistas. Em Volta Redonda, o Governo Municipal reteve parte do pagamento, que foi depositado em juízo. Foi uma forma de garantir parte do valor para verbas rescisórias, mas o pagamento depende agora da Justiça. Os trabalhadores foram orientados a procurar os direitos na Justiça.

O documento da empresa, enviado à Prefeitura de Volta Redonda – Foto: Reprodução

REUNIÃO

Funcionários informaram que, depois que a Corpore deixou a cidade sem avisar, o prefeito Samuca Silva se reuniu, na terça-feira, 4, com o secretário municipal de Saúde, Alfredo Peixoto, e a equipe de Recursos Humanos do Governo. Na ocasião, ainda de acordo com os trabalhadores, o secretário de Saúde disse que aqueles que quiserem ser contratados por RPA, até 2019, podem fazer isso quando está prevista a realização de um concurso público da saúde. Só que o RPA garante somente o recolhimento do INSS, sem direitos trabalhistas e férias remuneradas.

Por meio de documento, a empresa afirma que há um passivo de R$ 4,7 milhões do contrato que foi encerrado na semana passada e que tentou contato visando saber se o montante seria depositado em juízo, mas não teve resposta. O documento é assinado por Crys Angélica Ribeiro de Carvalho, em nome da empresa.

A Prefeitura de Volta Redonda foi procurada pelo A VOZ DA CIDADE para falar sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição, ninguém havia respondido. Por parte da empresa também nenhum responsável foi localizado.

NOTA DE REPÚDIO

Em nota publicada em rede social, a ex-secretária de Saúde de Volta Redonda, Márcia Cury, critica a ação do secretário de Saúde. “Fica aqui meu repúdio a atitude do secretário de saúde de Volta Redonda, Alfredo Peixoto, pela falta de consideração e transparência com os funcionários da Corpore. O mês de agosto foi um mês triste pra muitos trabalhadores da empresa, terceirizada da saúde de Volta Redonda, que receberam apenas metade do salário. Durante todo o mês, os funcionários procuravam saber quais providências seriam tomadas, mas parece que o secretário não vestiu a camisa do povo”.

A nota de Márcia Cury segue: “Com total falta de transparência da secretaria de saúde de Volta Redonda, ficou confirmado que a empresa não presta mais serviços à Prefeitura de Volta Redonda. Os funcionários da Corpore foram orientados agora, a buscar os direitos trabalhistas junto à Justiça do Trabalho. A empresa deixa Volta Redonda sem dar baixa na carteira, sem pagar as verbas indenizatórias, sem fazer a liberação do FGTS, seguro desemprego e outros direitos dos trabalhadores. Temos agora, diversos trabalhadores com contas atrasadas e sem ter dinheiro nem para comprar comida”.

Márcia disse ainda na nota que esses trabalhadores vão trabalhar por enquanto, como RPA. Lembrou que eles trabalharam o mês de agosto, receberam 50%. Trabalharam o mês de setembro, não receberam. “Aliás, não foram todos os funcionários que receberam 50% do salário de agosto. Alguns poucos protegidos do secretário, que são funcionários da Corpore, receberam o salário integral. Que justiça é essa? Queremos transparência Sr. Secretário. Saúde não é coisa pra amadores”, concluiu.

 

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