PORTO REAL/VOLTA REDONDA
Uma operação conduzida pela 100ª Delegacia de Polícia, sob coordenação do delegado titular Michel Floroschk, resultou na prisão de uma técnica de enfermagem de 31 anos nesta segunda-feira, dia 11, em Volta Redonda. Ela é suspeita de liderar uma grande rede de distribuição de medicamentos abortivos ilegais no Estado do Rio de Janeiro. A prisão ocorreu enquanto a mulher despachava 21 embalagens do comprimido em uma agência dos Correios, no bairro Aterrado. De acordo com a Polícia Civil, estima-se que os medicamentos vendidos por ela tenham sido utilizados em mais de 600 procedimentos abortivos ilegais.
O delegado Michel Floroschk informou que a suspeita vendia os medicamentos por meio da internet. “Pessoas interessadas em adquirir esses medicamentos a procuravam online e faziam as encomendas. Ela então remetia o medicamento pela agência dos Correios”, detalhou. Após a prisão, a polícia realizou buscas na residência da mulher, no bairro Santo Agostinho, onde encontrou mais de mil comprimidos e uma lista de clientes, que indica o envolvimento da suspeita em centenas de casos.
A técnica de enfermagem foi levada para a Delegacia de Porto Real e autuada em flagrante por crime contra a saúde pública.
Segundo o delegado, as investigações continuarão para determinar como ela obtinha os medicamentos, além de identificar e responsabilizar todas as mulheres que fizeram uso dos comprimidos ilegais. “Na segunda fase da operação, buscaremos identificar essas pessoas, responsabilizando a vendedora por cada aborto praticado”, afirmou Floroschk.
INVESITIGAÇÃO DETALHADA
As investigações começaram há cerca de dois meses, quando uma mulher procurou a Delegacia de Porto Real para denunciar que sua filha havia adquirido o medicamento abortivo de forma clandestina. A partir dessa denúncia, a Polícia Civil conseguiu mapear a rede de distribuição dos comprimidos, que eram vendidos e enviados para diversos municípios do Brasil, utilizando redes sociais para contato com os clientes. Após cada venda, a técnica orientava o uso dos medicamentos e fornecia prazos para o efeito do procedimento.
A operação se intensificou com o uso de imagens de câmeras de monitoramento na agência dos Correios, onde a suspeita disfarçava os comprimidos entre produtos de beleza, como esmaltes e cílios postiços, para evitar detecção. Segundo Floroschk, pouco antes de ser presa, ela havia enviado 28 caixas com cerca de 180 comprimidos e, no momento da prisão, tentava despachar mais 21 embalagens.