IBGE: Taxa de desocupação aflige 13 milhões de trabalhadores

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SUL FLUMINENSE

Em busca de uma oportunidade de trabalho desde 2017, o soldador Alexandre Pereira, 28, tem esperança de que ainda em 2019 consiga voltar ao mercado e organizar as finanças. O morador de Resende integra o total de 13,4 milhões de pessoas na situação de desocupação no país neste primeiro trimestre, perfazendo a taxa de 12,7% conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente aos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. Os dados analisados envolveram 15.756 setores em 3.464 municípios. “Eu enfrento filas em mutirão de emprego, vou atrás de vagas indicadas por amigos. Está difícil e conto com apoio de familiares. São 19 meses parado e quando vejo uma pesquisa como essa (PNAD Contínua), sei que a situação econômica do país está ruim e na nossa região não é diferente”, comenta o soldador.

De acordo com o IBGE, em 14 dos 27 estados do país a taxa de desocupação cresceu em relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2018), com 1,1 ponto percentual. Houve aumento desse indicador em todas as grandes regiões, no Sudeste subiu de 12,1% para 13,2%. No Estado do Rio de Janeiro, especificamente, a taxa de desocupação registrada pela PNAD Contínua foi de 15,3%.

No primeiro trimestre deste ano, a taxa composta de subutilização da força de trabalho, formada pelo percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada, foi de 25% no país, o que representa 28,3 milhões de pessoas. “O cenário do desemprego é assustador no Brasil. O contingente de desalentados no primeiro trimestre foi de 4,8 milhões de pessoas de 14 anos ou mais. No setor privado, 74,7% dos empregados tinha carteira de trabalho assinada. E 11,1 milhões de pessoas trabalhavam sem o vínculo formalizado. Em relação ao tempo de procura por emprego, 45,4% dos desocupados estavam de um mês até um ano aguardando uma chance e 24,8% há dois anos ou mais”, comenta a orientadora profissional, Sarita Marcilene. “É preciso focar nos estudos, a competitividade sobe”, frisa.  

 

DISTINÇÃO ENTRE SEXOS

A engenheira de produção Patrícia Brehmeger, de Angra dos Reis, recém-formada na profissão, enfrenta dificuldades em encontrar emprego e reclama do retrospecto distinto entre homens e mulheres. “Busco uma oportunidade na minha área desde 2018. Soube da pesquisa e me encaixo dentre os 54,4% de mulheres com idade de trabalhar no primeiro trimestre, mas que perdem vagas para os homens. O nível de ocupação dos homens é de 63,7% e o das mulheres 44,9%. Acredito que é uma questão cultural, pois a qualificação é a mesma. Vivemos numa sociedade machista”, opinou citando dados da PNAD Contínua sobre o nível de ocupação entre homens e mulheres. A taxa de desocupação no Brasil, foi de 12,7%, mas com diferenças significativas entre homens (10,9%) e mulheres (14,9%).

Outro dado da PNAD Contínua é referente à etnia, pois dos 13,4 milhões de pessoas desocupadas, a participação dos pardos passou a ser de 51,2%; a dos brancos reduziu para 35,2% e dos negros subiu para 12,7%. Abaixo, é possível analisar a distribuição dos desocupados, conforme o grupo de idade:

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