VOLTA REDONDA
A exportação brasileira de aço e alumínio pode ser prejudicada. O governo dos Estados Unidos decidiu retomar tarifas ao aço e ao alumínio do Brasil e da Argentina, alegando que ambos flexionam suas moedas para ter desvalorização perante o dólar e com isto lucrar nas exportações ao mercado norte-americano. Segundo acusações do presidente americano Donald Trump, a nova taxação com efeito imediato visa proteger a economia local. Em suas redes sociais, Trump declarou que os dois países têm liderado uma desvalorização maciça de suas moedas o que prejudica agricultores americanos. “Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todos os aços e alumínio enviados para os EUA a partir desses países”, declarou. O governo brasileiro pondera e o presidente Jair Bolsonaro até admitiu que, se for preciso, ligará pessoalmente para Trump.
A taxação do aço pode prejudicar diretamente a Companhia Siderúrgica Nacional, uma das principais exportadoras nacionais. Entretanto, o que se tem notado nas bolsas de valores é que as ações da empresa tem elevado, assim como as cotações das principais siderúrgicas. Na segunda-feira, dia 2, as ações ordinárias da CSN (CSNA3) subiram 5,73%, para R$ 13,28. A siderúrgica situada em Volta Redonda foi procurada nesta terça-feira pelo A VOZ DA CIDADE, mas a CSN não se pronunciou sobre o caso.
A expectativa é que a situação da taxa sobre o aço e o alumínio possa mudar em breve. Especialistas justificam isso recordando que em 2018, Trump movimentou o mercado mundial de produtos siderúrgicos, ao anunciar a intenção de sobretaxar o aço em 25%, e o alumínio, em 10%. “Soa como uma estratégia para conquistar aliados e obter o que deseja adiante. No ano passado ele fez anúncio parecido, mas recuou e acabou fazendo acordos com um sistema de cotas por países. E isso vigora atualmente, portanto, vejo que tanto a CSN, quanto a Gerdau e a Usiminas vão aguardar fatos novos, nos próximos dias”, frisa a analista financeira Rafaela Gouvêa.