BARRA MANSA
A volta do feriadão prolongado reservou aos brasileiros uma ingrata surpresa. Entrou em vigor no dia 1º de abril o aumento dos preços dos remédios. A tabela com os reajustes nos medicamentos foi publicada na quinta-feira (29) no Diário Oficial da União. Os aumentos são válidos para mais de 19 mil medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro, informou a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).
O reajuste leva em conta a inflação pelo IPCA, cuja taxa foi de 2,84% no período de março de 2017 a fevereiro de 2018. Segundo a associação, os reajustes são concedidos conforme o perfil de venda dos produtos, seguindo a lógica de que, nas categorias com maior número de genéricos, a concorrência é alta e, portanto, o aumento também pode ser maior.
O reajuste terá três patamares: o nível 1 de 2,84%, o maior, atinge os medicamentos mais usados pela população, são aqueles que possuem mais laboratórios produzindo diversas marcas ou genéricos substitutos. São, por exemplo, os medicamentos inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, etc.) e estatinas (sinvastatinas, atorvastatina, entre outros).
Já o segundo nível são os medicamentos que têm concorrência moderada, como antifúngicos sistêmicos (cetoconazol, fluconazol, etc.) e analgésicos narcóticos (tramadol, morfina)
Finalizando, o terceiro grupo é o dos medicamentos com baixa concorrência, como os corticosteroides oral puro (betametasona, dexametasona) e penicilinas injetáveis (ampicilina, amoxicilina).
De acordo com o gerente de uma rede de farmácias, Júlio Cesar Ferreira, há alguns programas de desconto para beneficiar a população. “O aumento já vem tabelado pela rede, acredito que até sexta-feira o novo preço já esteja nas prateleiras. Mas temos vários programas de desconto, como a Farmácia Popular, que são iniciativas que ajudam a população, são bons descontos”, destaca o gerente.
Já o diretor de outra rede de drogarias, Victor Nascimento, aponta que o reajuste já foi feito no próprio domingo, mas não são todos os medicamentos que terão seu preço final reajustado. “Teremos reajuste no nosso preço de custo, alguns valores serão mantidos para não prejudicar o consumidor e continuaremos com promoções”, destaca.
A professora, Olaide Silveira, 40 anos, estava pesquisando preços para seu remédio de estômago. “Já notei um leve aumento, faço pesquisa mesmo, é um remédio de uso contínuo e cada centavo mais barato é levado em conta”, destaca.
“É sempre assim, tudo aumenta, menos o nosso salário. São remédios essenciais, é um gasto absurdo”, destaca o autônomo Alexandre Silva.