VALE DO PARAÍBA
A falta de combustível abrange todo o país e torna-se cada vez mais grave nas cidades do Vale do Paraíba, fluminense e paulista. A reportagem do A VOZ DA CIDADE percorreu nesta quinta-feira, 24, os postos das cidades do eixo Rio-São Paulo, tanto os situados no interior dos principais municípios quanto os localizadas às margens da Rodovia Presidente Dutra (BR-116). O trecho percorrido compreende o percurso entre as cidades de Resende (RJ) e Cruzeiro (SP). A intenção era revelar, se ainda seria possível aos consumidores do estado do Rio de Janeiro adotar a habitual alternativa de abastecer em postos no interior de São Paulo.
Com legislação distinta do Rio de Janeiro, em São Paulo o preço da gasolina, etanol e óleo diesel sofre menos incidência de impostos sendo praticado com valores na faixa de 10% a 25% dos postos do estado do Rio de Janeiro.
Entretanto, quem pensa em sair de sua cidade no estado do Rio e buscar preços no estado de São Paulo deve reavaliar a estratégia: praticamente todos os postos das cidades de Queluz e Cruzeiro, as cidades mais próximas pela divisa, estão fechados. Apenas o Gás Natural Veicular (GNV), distribuído via tubulação da Petrobrás, é fornecido em alguns locais da rede autorizada. Para quem possui veículo convertido o preço em Cruzeiro, por exemplo, era de R$ 2,109 o metro cúbico, bem abaixo dos R$ 2,849 de Resende.
Para quem utiliza etanol, gasolina ou óleo diesel a situação é crítica, alarmante e não há praticamente aonde abastecer em toda a região do Vale do Paraíba paulista e fluminense. Uma das referências dos consumidores da região das Agulhas Negras no interior paulista são os Postos Petro Oil, Graal Estrela e Graal Alemão, todos em Queluz, fechados sem combustível. E em Cruzeiro, todos os postos também já estavam fechados pela manhã desta quinta-feira.
FILA NO BAIRRO ALAMBARI
Se buscar rodar em busca de preço no interior paulista ficou inviável, a solução é contar com os preços daqueles estabelecimentos que ainda sobrevivem à crise da gasolina na região e seus altos preços. Em Resende, nesse quarto dia de manifestação dos caminhoneiros o Posto Sul Americano, Bandeira Branca, no KM 306 da Via Dutra, no bairro Alambari, era o único na parte central da cidade com combustível disponível, tanto gasolina, etanol quanto GNV. Porém, abastecer foi um martírio com a fila de carros de clientes dando a volta no entorno do quarteirão onde fica o posto. “Cheguei às 8 horas, vi pessoas a noite toda na fila. Pensei que fosse amenizar, mas levei uns 50 minutos para abastecer. Completei o tanque de etanol, afinal não sabemos até quando irá esta greve”, disse o aposentado José Ivaldo, 68, morador do Cabral e pagou R$ 3,399 o litro do etanol, no local – a gasolina era vendida a R$ 4,899 o litro e o metro cúbico do GNV a R$ 2,849. A procura é a melhor saída, pois o município conta com postos comercializando o litro da gasolina comum a R$ 5,152, porém, também sem estoque suficiente.