VOLTA REDONDA
Quem foi ao bairro Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, na noite deste sábado, 9, caiu no samba com os desfiles da Unidos do Viradouro, campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro em 2024, e do Bloco da Vida, que se apresentou pela terceira vez este ano. Nem mesmo a chuva que caiu a maior parte do tempo desanimou os foliões e, principalmente, o público, que no final seguiu a escola de samba de Niterói pela Rua 14, onde aconteceram os desfiles, como se o Carnaval não tivesse fim.
Mais tradicional atração do Carnaval volta-redondense, o Bloco da Vida foi a primeira a se apresentar para o público com o enredo “A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte”, ignorando a chuva que podia esfriar o desfile. A animação era grande ainda na concentração, como foi o caso de Sônia Maria de Oliveira, 67 anos, que integra a ala das baianas. “Eu desfilo no Bloco da Vida há muitos anos, e graças a Deus com muita energia, muita alegria, até porque vim com meus filhos, meu marido e minha neta maravilhosa. Eu espero não fazer vergonha, né? Eu espero ser uma baiana feliz, pois este é um dia pra gente rir, brincar e se divertir.”
CAMPEÃ DO CARNAVAL DO RIO DE JANEIRO
Se a família de Dona Sônia estava na Vila Santa Cecília para vê-la desfilar mais uma vez, certamente havia, também, quem foi assistir ao desfile da campeã do Carnaval do Rio de Janeiro, e que torce para a Unidos do Viradouro. Entre eles estava Renan Araújo, de 35 anos, torcedor da agremiação niteroiense desde 1997. “Eu era moleque novo, mas quando eu vi aquela paradinha do funk, foi paixão à primeira vista”, disse ele, que nunca viu um desfile da Viradouro no Sambódromo – ele já assistiu a um Desfile das Campeãs, mas a escola do coração não era uma das atrações. “Eu já fui a um ensaio da escola lá no Barreto (onde fica a sede da Viradouro), ano passado, gosto muito do Mestre de Ciça. Sou fã mesmo, e estou muito feliz por poder assistir à escola na minha cidade.”
E a apresentação da Unidos do Viradouro foi um espetáculo que fez o público vibrar com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, que conta a história das guerreiras Mino, do reino Daomé (atual Benin), pedindo proteção à grande cobra mítica Dangbé, que marcou presença no desfile, cultuada no Noroeste da África. Até a chuva deu um tempo para a escola de samba dar um show com a bateria, suas passistas, as baianas e o mestre-sala e porta-bandeira. Ao final, como se quisesse que a noite não tivesse fim, centenas de pessoas foram atrás da Viradouro, sambando e cantando o samba campeão. “Gostaria de agradecer pelo privilégio de estarmos aqui, é uma honra pra gente. O pessoal daqui é maravilhoso, é muito caloroso, todo mundo muito bem-educado. E a chuva não nos impede de nada, estamos acostumados, foi muito bom”, concluiu a porta-bandeira Duda Martins.