RIO DE JANEIRO
O sistema de reconhecimento facial ainda não completou um ano de operação e já auxiliou a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) a efetuar 300 prisões. A marca foi atingida na quarta-feira, 14, por agentes do 5º BPM (Praça da Harmonia) que prenderam no Centro da cidade do Rio de Janeiro, um homem com mandado de prisão expedido pela Justiça por não cumprir determinação de pagamento de pensão alimentícia.
Implantado pela Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM) no último réveillon, na área de Copacabana, o software de reconhecimento é acoplado as câmeras de monitoramento urbano. O software tem funcionado como uma importante ferramenta para a área de segurança pública, facilitando a abordagem de pessoas com mandados de prisão em aberto.
“A implantação do sistema de reconhecimento facial é mais um exemplo concreto do investimento do governo do Estado na área de tecnologia em prol de segurança pública. Além do emprego de equipamentos de última geração, nossos operadores e policiais estão se capacitando cada vez mais nessa área”, ressaltou o governador Cláudio Castro.
A marca de 300 prisões é superior a 10% de todos os mandados de prisão cumpridos pela Polícia Militar entre janeiro e a primeira quinzena de agosto deste ano, em todo o território estadual.
Para o secretário da SEPM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, trata-se de um percentual muito significativo. “O número de prisões demonstra a eficácia dessa nova ferramenta para retirar criminosos de circulação, lembrando que o sistema está em funcionamento ainda numa área restrita da Capital do Estado”, afirmou o oficial.
Das 300 prisões, 50% foram cumprimento de mandado por falta de pagamento de pensão alimentícia. Mas há prisões também de envolvidos em crimes de grande impacto para a sociedade: roubo (55), homicídio (12), feminicídio (03), tráfico de drogas (25), violência doméstica (04), furto (15), estupro (04), entre outras modalidades criminais.
Protocolo rígido de identificação e abordagem
Instalado em 136 câmeras na orla carioca e outros locais estratégicos da capital, como a Rodoviária do Rio, o sistema de reconhecimento facial transmite um alerta para uma central de monitoramento localizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Ao receberem o sinal de alerta, os operadores do CICC checam previamente se há semelhança entre a pessoa identificada pelo sistema com a foto do banco de dados do Tribunal de Justiça, contendo as fichas dos foragidos.
Caso haja semelhança, a equipe de policiais mais próxima do local é acionada para verificar, por meio de documento de identificação, se a pessoa abordada é a mesma que consta do banco de dados. Em caso positivo, ela é conduzida para a delegacia da Polícia Civil da área.
“Os nossos policiais seguem um protocolo operacional padrão (POP) muito rígido para evitar situações de constrangimentos. Mas os cidadãos devem compreender que a abordagem, feita de forma padronizada, não é demérito para ninguém. Estamos atuando em defesa da segurança de todos”, acrescentou o coronel Menezes.