PORTO ALEGRE
Mais que um torneio de futebol, a 3ª Copa dos Refugiados e Imigrantes Porto Alegre (RS) fez do Estádio Passo D’Areia um verdadeiro palco de confraternização entre povos e culturas. A competição foi realizada no domingo, dia 18, reunindo cerca de 200 participantes entre refugiados e migrantes representando Angola, Chile, Colômbia, Costa do Marfim, Guiné Bissau, Haiti, Líbano, Nigéria, Palestina, Peru, Senegal e Venezuela. A equipe do Líbano conquistou o torneio, mas foram as arquibancadas, com centenas de pessoas torcendo e incentivando, que fizeram um espetáculo à parte no qual a solidariedade e a integração social mostraram que todos saíram vencedores.
Em campo, Chile, Angola, Peru e Líbano se classificaram para a as fases semifinais e, no jogo final, houve vitória da equipe do Líbano pelo placar de 2 a 1, que garantiu presença na Copa do Brasil dos Refugiados, disputada em outubro, no Rio de Janeiro (RJ), e contará ainda com as equipes vencedoras dos torneios realizados em São Paulo (SP), Curitiba (PR), Brasília (DF), Recife (PE), além da própria anfitriã. Presidente da ONG África do Coração e um dos idealizadores da Copa dos Refugiados, o congolês Jean Katumba salientou a importância do estreitamento de laços entre a comunidade brasileira e a população de refugiados e migrantes que residem no país. “O principal objetivo da Copa dos Refugiados é provocar a integração dos refugiados e migrantes. Falamos em provocar, pois pensamos ir além de simplesmente promover a integração, queremos incentivar a troca de experiências entre os povos, fortalecendo o sentimento de pertença a esse país, sabendo que existe lugar para todos e que todos podem agregar de alguma maneira”, Katumba. Ele ainda ressaltou que a população de refugiados e migrantes vem buscando afastar o estereótipo que recebem ao ingressarem no país. “Queremos nos distanciar dessa imagem de que o migrante ou refugiado é uma pessoa que sempre carece de ajuda, precisamos nos livrar dessa espécie de preconceito. O Brasil não é um país fácil para os brasileiros, assim como não é para os migrantes e os refugiados. A Copa dos Refugiados nos mostra que, assim como dentro das quatro linhas, cabe a cada um ser protagonista da sua história”, disse. Morador de Porto Alegre há cerca de 20 anos, o angolano Miguel Kialunda disse que o torneio cumpre um importante papel na propagação desse tema tão relevante nos dias atuais: a crise dos refugiados. “A Copa nos ajuda no sentido de divulgar a causa dos migrantes e refugiados, mostrando que cada um vem de um país diferente, de culturas distintas. Todos nós necessitamos de ajuda, seja na chegada ou em qualquer outro momento, e esse apoio que encontramos contribui para que a gente se sinta em casa”, destacou Kialunda