Em silêncio, vestidas de preto e carregando cartazes denunciando as mortes de bebês no Hospital São João Batista (HSJB) nos últimos dias, um grupo de mulheres percorreu, nesta quarta-feira, dia 19, vários pontos do bairro Aterrado. O objetivo, segundo as manifestantes, foi chamar a atenção da população para o que está acontecendo com a saúde do município e, principalmente das autoridades que querem cumprir um protocolo do Ministério de Saúde com a realização do maior número de parto normal, mas que vem resultando no luto de várias famílias.
Entre as manifestantes estava à dona de casa Érica Engenheiro, mãe da jovem Thamires Rodrigues, de 25 anos, que estava grávida de 37 semanas e quatro dias, e perdendo o filho porque, segundo ela, foi forçada pelo hospital a fazer o parto normal, mesmo estando com gravidez de risco comprovada durante o pré-natal. A mãe da jovem contou que, está ciente de que existe um protocolo a ser cumprido, mas os profissionais da saúde devem estar cientes de que nem todas as gestantes podem ser submetidas ao parto humanizado, já que muitas não têm passagem. “Sendo assim, ao invés de um parto humanizado, a mulher acaba se submetendo a um parto não humanizado, pois as vidas tanto da mãe quanto do filho são colocadas em risco. Todos têm que saber disso, médicos, secretários de saúde, diretores dos hospitais e os vereadores para quando algo de errado acontecer, como foi o caso da minha filha, que perdeu o filhinho, todos saberem quem são os culpados e puni-los”, disse Érica.
A dona de casa explicou que a filha dela no final da gravidez foi várias vezes ao hospital sentindo dores e nenhum médico foi capaz de fazer o parto de cesárea, já que se tratava de uma gravidez de risco. Por isso, de acordo com ela, a morte do neto não vai ficar impune. Prometeu ir onde for necessário para ver os culpados pagar por essa morte. “Só eu sei o que passei dentro desse hospital com minha filha e o que estou passando depois que meu neto morreu. Foi negligência, sim. E não foi só com a minha filha. Muitas outras famílias estão hoje de luto por causa da negligência do hospital. É por isso que vou nessa luta até o fim. As mortes de bebês no São João Batista têm que parar. Chega de levar tristezas aos lares”, desabafou.
O grupo ficou por alguns minutos em um sinal de trânsito mostrando os cartazes. Os participantes garantiram que as ações não pararam por ai e que muitas outras virão até que os culpados da morte do bebê da jovem Thamires sejam punidos e que as mortes de bebês parem.