Uma comissão de moradores do Conjunto Habitacional Vila Rica/Tiradentes, em Volta Redonda, esteve, esta semana, na Câmara de Vereadores procurando apoio dos parlamentares. O objetivo foi pedir os parlamentares para barrar a construção de uma Casa de Acolhimento, que irá atender crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos. O pedido dos moradores não teve como ser atendido, pois já está definido. A unidade irá funcionar no antigo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro.
Os reclamantes alegam que o local não é o ideal para o funcionamento desta unidade e se queixam ainda que não há um detalhamento da Prefeitura de Volta Redonda de como funcionaria o abrigo. Os moradores já estão fazendo um abaixo assinado, que já conta com mais de mil assinaturas, pedindo que a prefeitura defina outra localidade para receber a unidade.
REUNIÃO
Uma reunião com a Promotora da Justiça da Infância e da Juventude de Volta Redonda, Mariana de Carvalho, junto com representantes do Governo Municipal, da Câmara de Vereadores, Associação de Moradores do bairro, moradores e outros foi realizada na tarde desta quinta-feira, 4. Ficou definido que a unidade será implantada, já que a Prefeitura de Volta Redonda estava há dois anos para definir um local para o funcionamento da unidade. Se caso não definisse seria penalizada com multa. Em relação a questão da não divulgação do assunto, segundo foi falado na reunião, é por se tratar de uma norma do Ministério Público (MP) para que as crianças que que serão encaminhadas à está Casa de Acolhimento não sejam discriminadas.
Segundo os participantes da reunião, a Promotora declarou que é preciso que a comunidade receba e acolha essas crianças, pois essa ideia de abrigo não existe mais, as crianças e adolescentes têm que ficar em um ambiente que seja o mais parecido de uma casa. E a sociedade é peça fundamental para que a socialização dessas crianças e adolescentes seja completa.
O secretário Municipal de Ação Comunitária, Marcus Vinicius, informou que no máximo 20 crianças ou adolescentes serão atendidas na unidade, de acordo com a demanda. Disse ainda que essas crianças e adolescentes serão monitorados por uma equipe multidisciplinar durante 24 horas. “Enfatizo que não são menores infratores. São menores que sofreram algum tipo de violência, seja ela psíquica, sexual, exposições a drogas ou álcool. Não há nada que possa colocar em risco a população local”, garantiu.
PRESENTES NA REUNIÃO
Também estiveram presentes na reunião, o vice-presidente da Câmara de Vereadores, vereador Carlinhos Santana, representantes do Governo Municipal, do Conselheiro Tutelar, da Associação de Moradores do Vila Rica, Comissão de Moradores, psicólogas e assistente social da prefeitura.
Esse encontro, segundo os moradores já estava marcado para o próximo dia 11, mas somente na noite de quarta-feira, foram informados da antecipação para ontem. Por isso, o abaixo assinado não contou com mais adesão. “A Prefeitura de Volta Redonda deveria procurar um lugar adequado para a implantação dessa unidade, pois aqui não é o melhor espaço. Além disso, não fomos ouvidos antes e muitos menos informados sobre como a unidade irá funcionar”, declarou uma integrante da comissão de moradora que pediu para não se identificar.
Os moradores garantem que para uma decisão dessas o indicado é que o governo se reúna primeiro com a comunidade. Lembram que o projeto a ser apresentado deve ser apresentado e discutido passo a passo com toda a população. Por isso, solicitaram o apoio dos vereadores, mas acreditam que foi tarde.