VALENÇA/RIO
Robinson Natanael Teodoro faleceu na noite da última segunda-feira, em Valença, onde estava internado, ele teria contraído a doença malária, com isso, quarta-feira, 26, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES), confirmou que, além do caso de Robinson, existe outro caso da doença já confirmado e outros três suspeitos. Segundo a nota enviada pela Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, as cinco pessoas foram juntas a Moçambique, onde teriam contraído a doença. O outro caso confirmado é de um homem que está internado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com quadro em evolução.
De acordo com o médico infectologista Alexandre Chieppe, assessor da SES, os outros três casos, ainda não confirmados, não são graves. “A princípio se trata de casos suspeitos de malária, tanto por conta dos sintomas apresentados como pelo vínculo epidemiológico, por terem visitado a área no mesmo momento da infecção dos outros dois casos confirmados”, disse. Segundo as informações preliminares, o grupo seria de missionários de uma igreja e teriam voltado ao Brasil no domingo, 23, quando começaram a apresentar os sintomas da doença.
Segundo Chieppe a notificação de malária no Rio de Janeiro é de poucos casos e de pouca gravidade. “Os casos graves que temos da doença geralmente são importados, de pessoas que adquirem essa infecção fora do Rio de Janeiro. Então, não há porque a população ficar preocupada, primeiro, porque não é uma doença que se transmite de pessoa a pessoa, e, segundo, porque a gente não tem circulação dos tipos de Plasmodium (protozoário que causa a doença) que causam a malária de maior gravidade”, disse.
CAUSAS E SINTOMAS
A malária é transmitida pelo mosquito anófeles, que só existe em áreas de mata, sendo uma doença tipicamente silvestre. Segundo cartilha da Fiocruz, após a picada por um mosquito infectado pelo Plasmodium, os parasitas se alojam no fígado, onde se multiplicam. Depois eles vão para a corrente sanguínea, onde destroem os glóbulos vermelhos. Os sintomas podem demorar de oito a 30 dias após a picada para aparecer.
A malária causa febre que pode ser acompanhada de calafrios, tremores, suor intenso, dor de cabeça e dores no corpo. Outros sintomas incluem vômito, diarreia, dor abdominal, falta de apetite, tontura e cansaço. Não existe vacina para malária. Segundo Chieppe, a prevenção é feita por uso de proteção individual e quimioprofilaxia, ou seja, tomando remédios para evitar e infecção, a depender da indicação médica.
Em novembro, um relatório da Organização Mundial da Saúde alertou para o aumento da doença no mundo. No Brasil a estatística é de 217 mil infectados em 2017, enquanto em 2016 a incidência foi 133 mil casos, a maioria na região amazônica. (Com informações da Agência Brasil).
Atualmente, 88 países são considerados áreas de transmissão natural da malária, a maioria na faixa tropical, como na África subsaariana; Américas Central e Caribe; centro, Sul e Sudeste da Ásia; Oriente Médio e Extremo Oriente (China); Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão e Vanuatu; além do Paraguai e todos os países amazônicos da América do Sul (Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa). No Brasil, a área endêmica é formada pelos estados da Amazônia Legal e regiões a oeste do Maranhão, noroeste do Tocantins e ao norte do Mato Grosso.