VOLTA REDONDA
Segue até a próxima quarta-feira, dia 25, a programação em comemoração à Luta
Antimanicomial. Na data de encerramento das atividades alusivas ao Dia Nacional da Luta
Antimanicomial, celebrado todo dia 18 de maio, haverá sessão de filme, rodas de conversas e debates. As atividades irão acontecer no auditório do Centro Universitário Geraldo Di Biasi (UgB/Ferp), unidades de Saúde Mental nas salas de espera e no Hospital Nelson Gonçalves, antigo Cais Aterrado.
Vale lembrar que, para comemorar a data, a Rede de Saúde Mental de Volta Redonda vem promovendo durante a semana uma série de atividades. Na quarta-feira, 18, um show de talentos com usuários e trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foi realizado no térreo da Biblioteca Raul de Leoni, no bairro Vila Santa Cecília.
O objetivo das ações é chamar a atenção sobre as necessidades de cuidados e atenção especializada para quem tem transtornos mentais ou problemas com o uso de álcool e drogas. Visa ainda acabar com o estigma que persiste contra essas pessoas.
CONSCIENTIZAR A SOCIEDADE
Segundo a coordenadora do programa de Saúde Mental, a médica Suely Pinto, é preciso conscientizar a sociedade de que é possível conviver com o sofrimento mental. Lembrou ainda que, esses pacientes não precisam ficar trancafiados e podem ser tratados como cidadãos. “A ideia da rede de Saúde Mental é inserir essas pessoas novamente na sociedade e que elas possam ser tratadas de acordo com a necessidade delas daquele momento”, destacou a médica.
Suely Pinto frisou também que o programa de Saúde Mental de Volta Redonda passou por uma reestruturação no último ano, com a contratação de profissionais e o resgate de associações e grupos de familiares de pacientes. “Agora, o objetivo é investir na reforma das estruturas físicas das unidades para melhorar a assistência e o acolhimento de pacientes”, destacou Suely Pinto. DESTACAR TALENTOS
Uma das usuárias da rede é Solange Aparecida, de 58 anos. Moradora do bairro Belmonte, ela esteve nesta quarta-feira prestigiando a apresentação dos demais colegas, mas também tratou de destacar os seus talentos. “Eu sou muito positiva. Faço acompanhamento na rede. Lá eu desenho, pinto e eu também sei cantar”, disse a médica.
O morador do Vila Rica/Três Poços, João Victor Pereira Portes, de 23 anos, se apresentou no evento. Ele falou sobre os benefícios de ser acompanhado pela Rede de Saúde Mental de Volta Redonda.
Disse o jovem que entrou no Centro de Atenção Psicossocial (Caps), com preconceito contra todo mundo. Hoje em dia, depois de quase dez anos de tratamento, se sente uma pessoa renovada e totalmente transformada. “Já tentei o suicídio várias vezes, mas hoje sou uma pessoa feliz com os amigos que conquistei e me sinto realizado. Cantei a música ‘Na Mesma Estrada’ do Zé Felipe, em homenagem ao meu pai, minha mãe que sempre cuidaram de mim. Mando um abraço para o meu irmão também”, concluiu João Victor.