VOLTA REDONDA
Em dezembro de 2024, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou os resultados de uma ampla pesquisa que traça o perfil dos trabalhadores da Construção Civil no Brasil. O estudo, realizado com dois mil profissionais de todas as regiões do país, destaca a força do setor como empregador e sua relevância na economia nacional. Um dos pontos altos do levantamento é a predominância de profissionais experientes no setor. Regionalizando, segundo análise do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Sul Fluminense (Sinduscon-SF), Volta Redonda e região iniciam 2025 com otimismo moderado no setor econômico, mas enfrentam desafios no mercado do setor.
De acordo com a presidente do Sinduscon-SF, Elissandra Candido, no final de 2024, Volta Redonda destacou-se pelo desempenho econômico, registrando um superávit de 1.147 empregos formais em novembro, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Lembrou a presidente, que foram 3.797 contratações contra 2.650 desligamentos, consolidando o município como o segundo no Estado em geração de empregos, atrás apenas da capital, e líder no Sul Fluminense. “De janeiro a dezembro, o saldo positivo atingiu 4.298 vagas, refletindo o aquecimento econômico impulsionado por investimentos locais”, contou a presidente.
Panorama do setor da construção civil
Ainda de acordo com Elissandra Candido, apesar do crescimento geral, o setor da Construção Civil na região ainda enfrenta desafios. Disse também que, o segmento apresentou um superávit modesto de 215 vagas em 2024, sinalizando que o ritmo de crescimento não acompanha outros setores, como Indústria e Serviços.
Durante o 1º Construa Sul Fluminense, realizado em novembro do ano passado pelo Sinduscon-SF e Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), dados da Brain Inteligência Estratégica indicaram que, entre o primeiro trimestre de 2022 e o terceiro trimestre de 2024, Volta
Redonda teve apenas 34 novos empreendimentos lançados. A maioria das unidades lançadas foi de padrão econômico, com 1.442 vendas no período. Entretanto, a pesquisa apontou que 54% dos cidadãos da Cidade do Aço, pretendem adquirir um imóvel em curto prazo, enquanto 32% desejam comprar, mas ainda não iniciaram a busca. Apenas 14% já estão ativamente procurando ou visitando imóveis.
Desafios e perspectivas para 2025
A presidente do Sinduscon-SF considera arriscado traçar previsões
concretas para 2025, devido à instabilidade econômica nacional. A alta do dólar, os juros elevados e o recente aumento de até dois pontos percentuais nas taxas de financiamento imobiliário pela Caixa Econômica são fatores que podem impactar negativamente o mercado. Além disso, o aumento de 7,7% nos preços médios dos imóveis no Brasil em 2024, conforme o índice FipeZap, supera a inflação anual estimada de 4,64%, pressionando ainda mais o consumidor e o empresário.
Outro obstáculo apontado pelo Sinduscon-SF é a escassez de mão de obra qualificada nos canteiros de obras. O sindicato planeja ações com seus associados para fomentar novos empreendimentos e capacitar profissionais na área. Apesar das dificuldades, há sinais de otimismo. Segundo a pesquisa apresentada no Construa Sul Fluminense, 48% dos cidadãos desejam adquirir um imóvel nos próximos dois anos. Esse público pode ser um dos pilares para impulsionar o setor, desde que sejam implementadas estratégias eficazes para atender à demanda.
Lembrou a presidente que, o Setor da Construção Civil segue sendo uma peça-chave para a retomada econômica da região. “Porém, para manter a liderança econômica no Sul Fluminense, Volta Redonda precisará superar os desafios impostos pelo cenário macroeconômico, a burocracia na aprovação dos projetos e pela necessidade de investimentos em capacitação e inovação no setor”, concluiu a presidente.