BARRA MANSA
Infecção do trato urinário (ITU), mais conhecida apenas como infecção urinária, é uma condição que acomete qualquer órgão do sistema urinário, que é formado pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. Embora não seja uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), frequentemente surge após a relação sexual. Entenda o porquê e saiba como se prevenir.
De acordo com a ginecologista Mariana Gomes cerca de 30% das mulheres vão apresentar infecção urinária leve ou grave em algum momento da vida. A mulher tem 50 vezes mais chance de ter o problema do que o homem. “O tipo de infecção mais comum no trato urinário é a cistite, que permanece apenas na bexiga”, cita.
Os principais sintomas são: Dor e ardência ao urinar; vontade de urinar frequente, com saída de quantidades pequenas de líquido; urgência em urinar; sangue na urina ou desconforto no abdômen inferior.
Infecção urinária x gravidez
A frequência em mulheres grávidas é aproximadamente a mesma que em mulheres não grávidas, no entanto, infecções recorrentes são mais comuns durante a gravidez. Adicionalmente, a ocorrência da pielonefrite (infecção renal) é mais elevada durante a gestação do que na população em geral, provavelmente como um resultado de alterações fisiológicas das vias urinárias no período.
A bacteriúria assintomática, ou seja, quando são detectadas bactérias no exame de urina sem que a gestante apresente sintomas, ocorre em 2 a 7% das mulheres grávidas. Geralmente ocorre durante a gravidez inicial, com apenas cerca de um quarto dos casos identificados nos segundo e terceiro trimestres. Fatores que têm sido associados a um maior risco de bacteriúria incluem história de infecção urinária prévia, diabetes mellitus e gestações anteriores.
Infecção urinária após o sexo
As relações sexuais aumentam o risco de infecções urinárias em mulheres. Isso se deve à anatomia feminina: a uretra, além de ser curta, tem sua abertura próxima ao ânus, facilitando a colonização de bactérias provenientes do trato gastrointestinal. Ou seja, esses micro-organismos migram pelo períneo, passando do ânus até as proximidades da uretra.
O ato sexual facilita ainda mais a migração de bactérias, tanto pela lubrificação quanto pelo contato com o pênis, havendo ou não penetração anal.
Existem maneiras muito fáceis e eficazes de evitar infecções urinárias, como: Urinar após a relação sexual: o ato elimina as bactérias que podem causar infecções; Sempre usar preservativo: ele é capaz de evitar contaminações de diversos tipos; Trocar o preservativo para passar da penetração anal para a vaginal: a concentração de bactérias é bem maior no ânus, por isso a troca do preservativo é essencial. Em caso de qualquer anormalidade, deve-se consultar um profissional da saúde o mais breve possível.
Fatores de risco
Infecções urinárias são mais comuns em pessoas cuja uretra é menor, como no caso do sistema reprodutor feminino, ou seja, o caminho que a bactéria precisa percorrer para chegar até a bexiga é menor;
Ter vida sexualmente ativa facilita a infecção urinária, especialmente as vaginais;
O uso de alguns tipos de contraceptivos, como espermicidas, também pode ser considerado um fator de risco;
Após a menopausa, as infecções urinárias podem acontecer com mais frequência do que antes, uma vez que a baixa quantidade de estrogênio causa mudanças no trato urinário de modo a deixá-lo mais vulnerável à ação de bactérias;
Apresentar algum tipo de bloqueio no trato urinário, como pedra nos rins e aumento da próstata, também são fatores de risco;
Ter o sistema imunológico suprimido impede que as defesas do corpo atuem propriamente, facilitando a entrada de bactérias que causam infecções; O uso de cateter para urinar também aumenta os riscos de infecção.