VOLTA REDONDA
A comerciante de Volta Redonda, Alessandra Aparecida Paulino, de 52 anos, mais conhecida como ‘Dona Chica’, desde dezembro vem enfrentando a dor da perda de um filho e a tristeza de não tê-lo sepultado. Ela contou ao A VOZ DA CIDADE que, o filho dela, Jonathan Gilberto Paulino da Silva, de 34 anos, desapareceu de casa, no bairro Niterói, no dia 19 de dezembro de 2023. E no dia 23, ela reconheceu o corpo dele que apareceu boiando na represa em Barra do Piraí.
Dona Chica informou que, no mesmo dia em que ela reconheceu o filho boiando, através de reportagens, o outro filho foi até o Instituto Médico Legal (IML) de Volta Redonda, no bairro Três Poços, mas não reconheceu, pois alegou que o Jonathan havia saído de casa com uma blusa rosa e pessoa morta encontrada estava de blusa preta. Ainda segundo a mãe, ele teria voltado em sua residência no dia em que desapareceu e trocado de roupa, não sendo mais visto desde então. “No dia, o perito que estava no IML atendeu o meu outro filho, mas até agora não entendi porque ele não reconheceu o irmão. No mesmo dia recebemos uma mensagem de que não era ele, pois não era compatível”, contou, lembrando que mesmo assim ela não desistiu e segue garantindo que aquele corpo que ela viu na reportagem era sim, do filho dela. “Choro todos os dias pelo meu filho. Parece que acabei de perdê-lo. Não estou suportando a perda do meu filho. Não consigo viver sem o meu filho. Ele será sempre o meu amor”, falou emocionada.
CONFIANTE
Confiante de que iria conseguir identificá-lo, Dona Chica decidiu ir pessoalmente ao IML no dia seguinte e nos outros dias direto. “Lá, todos os dias a procura do meu filho, eu ouvia somente que não tinha ninguém com as características dele e ninguém tinha sido enterrado como dirigente lá”, explicou a mãe, ressaltando que jamais desistiu. Por isso, passando três meses e dois dias, ela retornou ao IML, mas desta vez com a foto do corpo encontrado boiando e falou com alguém no local. “O rapaz que me atendeu pegou a foto, procurou afundo e conseguiu localizar o corpo do meu filho, só que ele já havia sido enterrado como indigente em Barra do Piraí, pois o corpo foi localizado lá”, completou, frisando que todos os corpos que estavam lá foram identificados pelas famílias e o filho dela sepultado como indigente com apenas 12 dias no local.
Declarou também que há cinco meses fizeram o um exame de DNA e até hoje a família não recebeu o resultado. “Nem o resultado e nem o corpo do meu filho. Além de ter perdido o meu filho, não consigo ter o direito de fazer um enterro digno”, disse, frisando que mesmo tendo família, Jonathan foi enterrado como indigente. “Ele nunca foi indigente. Tem uma família que o ama e sempre vai amá-lo. Perdi o amor da minha vida. Estou passando por dias tristes e de desespero”, relatou a comerciante destacando que para ele ela era a melhor mãe do mundo e mesmo com a partida dele voa continuar sendo. “Vou lutar até o fim para reaver o corpo do meu amor”, finalizou Dona Chica.
TRABALHO MINUCIOSO
Procurada pela equipe de reportagem do A VOZ DA CIDADE, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro explicou, através da assessoria de imprensa, que as informações deste caso estão incorretas, já que o corpo do rapaz não foi enterrado como indigente, mas sim como pessoa não reconhecida, pois não houve reconhecimento. Ainda segundo foi informado ao jornal, a identificação de um corpo exige um trabalho minucioso. A tarefa envolve uma série de cuidados, protocolos e obrigações que devem ser cumpridos para evitar erros que poderiam gerar ainda mais transtornos e sofrimento aos familiares das vítimas. Por isso é demorado.
A PC informou também que, quando um corpo é reconhecido de fato, a família recebe um certificado. No caso do morador de Volta Redonda, ainda de acordo com a PC, o corpo estava em total estado de decomposição, o que dificulta ainda mais na identificação. Por isso, se torna um processo muito mais demorado, além da fila de espera para identificação que é grande, mas que esse caso foi colocado como prioridade. A informação é ainda de que, todo o processo de identificação, desde a coleta da amostra inicial até a conclusão do laudo, pode levar meses.