VOLTA REDONDA
A Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) de Volta Redonda, através do Departamento da Mulher, promoveu na última terça-feira, dia 24, o Fórum Municipal da Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, no auditório da secretaria, no bairro Nossa Senhora das Graças. A próxima reunião para avaliar as medidas tomadas contra a violência em relação à mulher está agendada para 29 de outubro.
A secretária municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos, Glória Amorim, destacou que o evento aconteceu já sob a influência da a Carta Compromisso de Defesa das Mulheres e Meninas do Rio de Janeiro, lançada em agosto pelo Governo do Estado. “Esse pacote de ações vai fortalecer o enfrentamento à violência contra a mulher e meninas. Esse controle não deve ter apenas um viés de segurança pública, deve envolver outras áreas como empregabilidade, capacitação profissional, empreendedorismo, saúde. Estamos buscando, em conjunto com órgãos públicos, um combate mais efetivo para que todas tenham liberdade, autonomia e segurança”.
TRABALHO DA REDE DE ATENDIMENTO
A delegada Juliana Montes, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), elogiou o trabalho da Rede de Atendimento. “Não é em todo lugar que encontramos uma estrutura como essa. As mulheres estão se sentindo fortalecidas com o apoio que recebem, e procurando mais a delegacia para denunciar os seus agressores. Estamos também buscando reforçar a equipe com mais policiais”, informou a delegada.
A coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), Patrícia Vieitas, também destacou o trabalho feito pelo Centro, que tem uma equipe com psicólogas, advogada e assistentes sociais para orientar e acolher as vítimas que sofrem violência doméstica e familiar.
POLÍTICAS PÚBLICAS CONTRA A VIOLÊNCIA
A assessora técnica do Departamento da Mulher, Kátia Teobaldo, ressaltou que o Fórum é um convite a ação. “Reconhecemos que a proteção e garantia dos Direitos Humanos é uma das principais formas de construir um mundo onde todas as pessoas possam ser consideradas e respeitadas. Mulheres e meninas estão especialmente vulneráveis à violência baseada no gênero e práticas nocivas em todo o mundo”, pontuou. “A Rede de Proteção às Mulheres e Meninas desempenha papel primordial no combate à violência, na garantia dos direitos, bem como no atendimento e assistência às mulheres e meninas em situação de violência. Fazem parte da Rede hospitais, serviços de atenção básica, programa saúde da família, delegacias comuns, Polícia Militar, unidades do Centro de Referência e Assistência Social (Cras), do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Deam, Ceam, Ministério Público, Patrulha Maria da Penha e Guardiões da Vida.
A coordenadora da Casa Abrigo Regional Deiva Ramphini Rebello, Janete Amâncio, lembrou que o convênio entre os municípios de Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Pirai, Pinheiral e Vassouras foi renovado até maio de 2025. Nele, cada município colabora na administração da Casa Abrigo com a cessão de profissionais para o acolhimento das mulheres vítimas de violência.
PROSTITUIÇÃO, UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA
A questão da prostituição também foi abordada no Fórum pelas assessoras técnicas da Secretaria, Thamires Torres (Políticas de Promoção de Diversidade de Gênero) e Juliana Sampaio (Políticas de Promoção da Igualdade Racial). Dados levantados apontam que cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem do sexo pago, sendo que 78% delas são mulheres – dentre elas, 59% são mães solo e 70% não tem qualificação profissional fora da prostituição. A pesquisa aponta, ainda, que 90% dos travestis e transexuais.
Segundo as assessoras, as causas da prostituição – que é considerada uma profissão com a oferta de serviços sexuais – estão relacionadas à desigualdade social, racismo, colonialismo, pobreza, turismo sexual, tráfico de mulheres vendidas no mercado interno e no exterior para a exploração sexual, abuso sexual familiar e dependência química, entre outras. No que se refere a atenção à saúde, 90,9% das profissionais do sexo são usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS).