Depois de mais de quatros anos no clube, atleta pede desvinculação através de carta à CBF e seu destino deverá ser o exterior; Voltaço irá monitorar para cobrar clausula de compensação a que tem direito.
O Volta Redonda Futebol Clube conta com mais de 100 atletas em suas categorias de base e sempre procurou, da melhor forma possível, manter um diálogo com os familiares ou representantes dos jogadores, procurando o melhor para ambas as partes. Entretanto, o zagueiro Igor Gomes, de 17 anos, instruído pelos seus representantes, decidiu virar as costas para o clube e, de forma arbitrária, não se reapresentou após a disputa da Copinha e pediu o seu desligamento do clube através de carta à CBF.
O vice-presidente Flávio Horta Júnior destaca que o Voltaço recebeu propostas dos maiores clubes do Brasil. Com isso, a diretoria tricolor tentou, por diversas vezes, diálogo com os empresários do atleta, porém encontrou o discurso pronto de que o garoto iria para o exterior. Ou seja, estão tirando o zagueiro pela porta dos fundos não apenas do Tricolor, mas também do futebol brasileiro. “O Volta Redonda atende mais de 100 atletas em suas categorias de base e é financeiramente impossível fazer contrato de trabalho com todos. Não tem como! Porém, sempre tivemos o respeito de todos os atletas, pais, empresários e até mesmo dos clubes do Brasil que nos procuram para parcerias, sempre preocupados também com o Volta Redonda. Neste caso foi diferente. O atleta foi instruído a não se apresentar para treinar e não aceitar nenhuma proposta que viesse do Volta Redonda. É uma pena, porque sabemos que no fim desta história o prejudicado sempre acaba sendo o jogador”, destacou o vice-presidente.
Apesar da situação, Horta Júnior afirma que o Volta Redonda está protegido financeiramente. A diretoria irá monitorar onde o atleta irá firmar seu contrato e cobrar o pagamento, em 30 dias, da cláusula de compensação estipulada pela Fifa. Estima-se que o Esquadrão de Aço poderá receber, pela formação do atleta, até R$ 1,5 milhão, porém provavelmente o valor pode ter que ser cobrado por via administrativa na Fifa. “É uma pena é a maneira como as pessoas que cuidam da carreira do Igor conduziram o negócio. O atleta tinha propostas dos maiores clubes do Brasil e não quiseram sequer ouvir. O conceito já estava definido. Tirar o atleta do clube, onde ele está há mais de quatro anos, pela porta dos fundos”, destacou o vice-presidente, ressaltando que o clube já oficiou a CBF para que informe qualquer pedido de profissionalização do atleta e monitore as suas transações posteriores.
Por fim, o Volta Redonda F.C. faz questão de ressaltar que, durante a negociação, os próprios empresários do Igor Gomes se enrolavam quanto a quem tinha a representação do mesmo, com histórias desconexas e constantes trocas no nome de quem responderia pelo atleta. Situação que também está sendo encaminhada para a CBF para análise das conversas. “Nós não queremos ninguém insatisfeito no clube, seja quem for. Repito, na questão financeira, o clube está protegido por uma norma da Fifa. Mas existe a preocupação da maneira como estão cuidando da carreira do menino. Para se ter uma ideia, ele simplesmente sumiu dos treinos e pediu desligamento do clube sem sequer comunicar a ninguém. Vários atletas receberam propostas e todos tiveram outra postura. Será que todo mundo está errado e ele certo?”, finalizou o dirigente.