SUL FLUMINENSE
Um dos itens mais consumidos na mesa do brasileiro o preço do tomate contribuiu para a alta da inflação de março no setor de alimentos, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, influenciada pela alta nos preços dos alimentos e dos transportes, a inflação no terceiro mês de 2019 chegou a 0,75% – a maior taxa para um mês de março desde 2015, quando chegou a 1,32%. Com isso, o índice acumula altas de 1,51% no primeiro trimestre do ano e de 4,58% nos últimos 12 meses. O preço dos alimentos subiu pressionado pelo valor do tomate no mercado nacional, com alta de 31,84%, seguido da batata-inglesa (21,11%), o feijão carioca (12,93%) e pelas frutas (4,26%). Desde fevereiro o feijão também é alvo de críticas de consumidores que pagam o quilo variando de R$ 10,90 até R$ 14,90. Atualmente, a alta de preços atinge também o tomate que nos supermercados do Sul Fluminense custam em média R$ 9,90.
Segundo o gerente da pesquisa do IPCA do IBGE, Fernando Gonçalves, em razão de problemas na safra e dos estoques baixos, o preço do feijão-carioca, por exemplo, mais que dobrou no primeiro trimestre. “São produtos importantes na mesa do brasileiro e que têm grande peso no índice de inflação”, ressalta.
A aceleração da inflação no mês foi determinada pelas altas de 1,37% no grupo Alimentação e bebidas e de 1,44% nos Transportes. Juntos, esses grupos responderam por 80% do índice do mês. “O preço do tomate está um absurdo. Agora que o feijão abaixou um pouco o tomate subiu, paguei R$ 8,99 pelo quilo em um supermercado no Jardim Jalisco”, comenta a dona de casa Joana Nascimento, moradora da Vila Santa Isabel, em Resende. Em um supermercado de Barra Mansa, o produto sai a R$ 7,99, o quilo.
Consumidora de feiras livres, a dona de casa Amanda Benedito costuma levar o item por quantidade. “Nas feiras compro pacotes fechados de cinco, seis unidades de tomate e pago R$ 6. Acredito que se pesar o quilo saia na faixa de R$ 9. Eles falam que o preço está caro devido à safra ruim e custos com o transporte das mercadorias”, frisa a moradora do Santo Agostinho, em Volta Redonda.
GASOLINA
No grupo Transportes, após deflação de 0,34% em fevereiro, este quesito de pesquisa acelerou 1,44% em março devido à alta de 3,49% nos combustíveis. O resultado foi influenciado pelo aumento no preço da gasolina (2,88%) e do etanol (7,02%), reflexo dos reajustes concedidos nas refinarias pela Petrobras. Outras contribuições para a taxa positiva no grupo Transportes vieram do aumento nos preços nas passagens aéreas (7,29%) e ônibus urbanos (0,90%). “O índice de março reflete em parte o aumento de 10,82% no preço da gasolina na refinaria, concedido pela Petrobrás entre 27 de fevereiro e 29 de março, período de coleta do IPCA”, explica Gonçalves.
IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias. Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas áreas urbanas de regiões metropolitanas em todo o país.