BARRA MANSA
Duas das 30 famílias que tiveram que deixar suas casas, após a Defesa Civil interditar na manhã de ontem, 11, os imóveis na Vila Natal, na Região Leste, foram acolhidas no abrigo disponibilizado na Igreja Assembleia de Deus, no Centro. As demais optaram por ficar na casa de amigos e parentes. O A VOZ DA CIDADE esteve no abrigo para conversar com as famílias, que contaram como foi ter que deixar suas moradias repentinamente.
A Região Leste de Barra Mansa foi uma das localidades mais afetadas pelas chuvas dos últimos dias. Com a concentração de 30 bairros e aproximadamente 40 mil moradores, os maiores problemas registrados foram casas alagadas, queda de encostas, entupimento de galeria de águas pluviais e muita lama nas vias públicas. As 30 casas da Vila Natal, tiveram decretada a interdição porque os imóveis estão ameaçados em função de rachaduras da encosta.
Ao todo, oito pessoas estão ocupando o espaço na igreja, entre elas estão três crianças e quatro idosos. A idosa de 67 anos, que preferiu não se identificar, contou que morava na casa, no Paraíso de Baixo, há mais de 20 anos, e, quando recebeu a notícia, foi um choque. “Foi muito triste, chorei demais ao ter que deixar nossa casa, mas tive que aceitar. Foi melhor deixarmos nossas coisas lá e virmos para cá, já que existia a possibilidade de ocorrer uma tragédia e tirar a vida da nossa família”, relatou, expondo que um morro que existe atrás da residência, corria risco de deslizamento.
No abrigo estão hospedadas duas crianças de oito anos e uma de dez. “As crianças estão gostando de ficar aqui, para eles é uma novidade, já que eles não entendem o que está acontecendo. Mas nós tivemos que nos conformar”, relatou a senhora, contando que o auxilio que estão recebendo é de conforto. “É muito triste ter que deixar nossa casa, mas estamos sendo bem cuidados aqui. Temos local para dormir e boa alimentação. Se Deus quiser essa situação vai mudar e nós poderemos ter novamente nosso cantinho”, expressou.
ASSISTÊNCIA
Desde terça-feira, 9, o abrigo está com as portas abertas para receber as famílias desabrigadas. De acordo com a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, Ruth Coutinho, muitas pessoas estão preferindo ficar em casa de amigos e familiares. “O local é capaz de abrigar cerca de 30 pessoas, mas caso haja a necessidade, buscaremos uma forma para atender a demanda. Nesse primeiro momento, apenas essas duas famílias quiseram vir para cá”, disse.
Ruth ainda contou que para as famílias que estão no abrigo, é disponibilizado um psicólogo e um assistente social. “Além disso, nós os levaremos para realizarem uma avaliação de saúde. Na próxima segunda-feira, iremos realizar uma avaliação para ver a possibilidade das famílias ficarem mais ou serem assistidas pelo Aluguel Social”, finalizou.