BARRA MANSA
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Barra Mansa (Saae-BM) informa que por conta da forte chuva da noite desta terça-feira, dia 10, várias elevatórias da cidade tiveram o abastecimento de água momentaneamente interrompido por falta de energia.
A rede adutora que abastece a elevatória dos bairros Getúlio Vargas e Vale do Paraíba, que fica situada na Avenida Presidente Kennedy, foi danificada. A equipe do Saae já iniciou os serviços na localidade na manhã desta quarta-feira, dia 11, e assim que finalizar, o abastecimento de água será retomado de forma gradual.
Já na Região Leste de Barra Mansa o abastecimento de água também ficou interrompido das 19h40min de terça-feira até às 4 horas desta quarta-feira por falta de energia na Estação de Tratamento de Água (ETA) Belmonte, em Volta Redonda, responsável pela distribuição de água no local. O Saae de Barra Mansa solicita aos moradores que economizem água e informa que a distribuição de água na cidade será normalizada gradativamente no decorrer do dia.
BARRA MANSA
O Código de Defesa do Consumidor estabelece o direito a adequação e eficaz na prestação dos serviços públicos em geral. A energia elétrica, que é um bem essencial à vida humana, é um dos serviços pagos, no qual o consumidor espera receber um serviço eficaz. No entanto, não é isso que vem ocorrendo no bairro São Silvestre. De acordo com denúncias de moradores, toda vez que o tempo fecha, os picos de luz dão início e em determinados momentos, a energia cai e volta apenas horas depois. As ruas afetadas com o problema são as Claudionor Periard e Mário de Paula Domingues. Segundo relatos, parte dos bairros São Vicente e Cotiara também são afetados.
Em entrevista exclusiva com o A VOZ DA CIDADE o presidente da associação, Alex do Rosário Matos, contou que o transtorno já dura há cerca de um ano, mas que há dois meses a situação piorou. “Basta ficar nublado que a energia começa a ficar instável e se chove, ficamos sem luz”, expôs, relatando que tem dois anos que foi retirado o transformador, que abastecia parte do bairro, e instalada uma caixa de luz. “Acredito que o equipamento que eles instalaram no lugar do transformador seja o problema, pois toda vez que acaba a luz, é lá que eles mexem para que ela volte”, contou.
O presidente da associação contou ainda que irá entregar um ofício para a Light, responsável pelo serviço no município. “Se após isso eles não resolverem essa situação, iremos realizar um abaixo assinado, pois não tem como continuar vivendo nessa situação. A maior parte dos moradores do bairro é de idosos e eles não podem ficar sem energia”, enfatizou.
O idoso de 68 anos, Antônio José Rodrigues, contou que tem problemas respiratórios e necessita de nebulização periódica e por conta dos picos de luz, ele precisou realizar uma gambiarra. “Eu consegui um jeito de ligar o nebulizador em uma bateria de carro, apesar de ‘quebrar um galho’, não é 100% eficaz, mas foi o jeito que encontrei de realizar o procedimento quando acaba a luz da rua”, contou.
Outro morador que vem sendo prejudicado o problema é o Marcelo Aparecido de Oliveira. Ele contou que tem uma filha de seis anos que sofre com problemas alérgicos e necessita de um umidificador para dormir. “Sem energia, eu e minha esposa não temos o que fazer e nossa filha acaba dormindo com muita dificuldade. Essa situação já esta durando muito. Costumamos brincar dizendo que o cachorro faz xixi no poste e a luz acaba, mas isso é algo sério. Precisamos da energia elétrica.
O A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a Light que, disse que identificou interrupções no fornecimento de energia para o bairro São Silvestre, nos dias 14 e 22 de março, provocadas por descargas atmosféricas e fortes chuvas e que estas ocorrências foram solucionadas. A empresa também informou que inspecionou o circuito elétrico que atende a região e programou, para os próximos meses, ações que visam melhorar a qualidade do fornecimento de energia, como a podas de árvores próximas à rede elétrica e a substituição postes e equipamentos.
AGULHAS NEGRAS
O temporal que atingiu a Região das Agulhas Negras por volta das 19h30min de terça-feira, dia 20, provocou a queda de árvores obstruindo ruas em Resende e Itatiaia, atingindo ainda a fiação do sistema de energia elétrica que assiste moradias nestas cidades, segundo informações da Defesa Civil de cada município envolvido.
Em Resende, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil confirmou ao A VOZ DA CIDADE que em aproximadamente uma hora de tempestade foi registrado o índice pluviométrico de 52,6 milímetros e ventos de aproximadamente 80 quilômetros por hora. O temporal que atingiu principalmente as regiões do Manejo e Grande Alegria provocou a queda de pelo menos seis árvores, retenção de água nas vias públicas e falta de energia. Ao longo do dia as equipes da Defesa Civil e da Agência Municipal do Meio Ambiente de Resende (Amar) realizaram a retirada das árvores, como na Avenida General Affonseca, na Vila Julieta. Foram 15 servidores envolvidos utilizando uma retroescavadeira, dois caminhões basculantes e dois caminhões munck. Durante o temporal houve pontos de retenção de água nos bairros Cidade Alegria com a elevação do Canal Central; na Vila Julieta com vias como Padre José Sundrup, trechos da Avenida Coronel Mendes e ainda bairros Parque Ipiranga e Vila Santa Isabel. Não houve invasão a imóveis, pois logo que cessou o temporal a vazão dos bueiros escoou a água retida na rua.

Os galhos de árvores prejudicaram o fluxo em vias da região do Manejo
Ao menos seis árvores caíram em Resende, afetando principalmente a região do Manejo. Na Avenida General Affonseca a queda de parte de uma parede danificou veículos que estavam estacionados à venda, no interior de uma agência de carros. A queda de árvores além de prejudicarem o tráfego de veículos em algumas ruas do Grande Manejo também provocou a falta de energia elétrica em diversas ruas. Os galhos caíram sobre a fiação, interrompendo o fornecimento em pontos específicos e por medida de segurança, a concessionária do serviço teria desligado a rede central de abastecimento em algumas localidades atingidas para evitar acidentes. O serviço foi normalizado ao longo da quarta-feira, mas alguns moradores da cidade chegaram a ficar até 12 horas sem luz, como no Jardim Oeste. Na Vila Julieta (Alvorada), a moradora Marli Medeiros ficou mais de cinco horas sem energia e a insulina do marido, que precisa ser mantida em ambiente refrigerado, foi danificada. Na Liberdade, a moradora Rayanne Noves também criticou a falta de energia ao longo da madrugada de quarta-feira, pelos transtornos da chuva. E Larissa Rocha, endossou que no Parque Ipiranga basta ameaçar chover que a energia é interrompida. Além das residências, a queda de energia prejudicou o sistema dos semáforos no trânsito, que voltaram a funcionar normalmente ao longo da quarta-feira.
Questionada pela reportagem do A VOZ DA CIDADE sobre o restabelecimento do serviço, a Enel Distribuição Rio informou através de nota oficial que técnicos trabalhavam para normalizar o serviço o mais rápido possível. Segundo a empresa ao menos 15 bairros foram prejudicados pela falta de energia em Resende: Cidade Alegria, Ipiranga I, Ipiranga II, Morada da Colina, Vila Julieta, Boa Vista I, Boa Vista II, Mirante das Agulhas, Casa da Lua, Morada da Montanha, Jardim Oeste, Morada das Agulhas, Morada do Bosque, Mirante da Serra e Nova Resende.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Resende, Atanagildo Oliveira Alves, na zona rural o temporal desta terça-feira não provocou problemas na Serra do Eme (RJ-161), que segue o cronograma de manutenção até o fim desta semana: quinta-feira paralisação de trânsito entre 8h e 11 e de 13h às 17h; na sexta-feira – sistema ‘siga e pare’ e aos sábados e domingos o fluxo é livre.
ÁRVORES EM ITATIAIA
O temporal também gerou transtornos com queda de árvores em Itatiaia. Segundo informações do governo municipal ao menos três árvores caíram na terça-feira, durante a tempestade, situadas nas seguintes localidades: Rua Dona Apolinária, no Centro; Rua Raul Cotrim, no Centro e a terceira na Rua Bom Jesus de Santana, na Vila Magnólia. Segundo a prefeitura, as árvores atingiram a rede elétrica, provocando danos no fornecimento. Não houve feridos e o serviço de desobstrução das vias foi providenciado imediatamente.
Segundo a Enel, até o fechamento desta reportagem os técnicos trabalhavam restabelecendo o serviço tanto em Itatiaia quanto em algumas localidades em Resende. Em situações de falta de energia os moradores devem ligar para a Enel pelos telefones que funcionam durante 24 horas: 0800 28 00 120 (de telefone fixo), 0800 28 24 022 (de telefone celular) e 0800 28 21 887 (para deficientes auditivos). É preciso informar o número do cliente que consta na fatura mensal.
Vereador de Rio Claro pede que Ministério Público apure constantes quedas de energia
A Câmara de Vereadores aprovou um requerimento na última segunda-feira de autoria de Wilson Lima de Almeida, o Latino (DEM), que pede o envio de um ofício ao Ministério Público, para que se apure a falta de luz em todo município. Latino ainda pede que sejam enviados como cópia todos os requerimentos de sua autoria encaminhados à Light, que é responsável pelo fornecimento no município.
“Posso citar que todos os distritos estão sendo afetados. De outubro para cá as quedas estão constantes. Sempre tivemos problema na cidade com a Light, mas agora está pior e com muita constância. Ontem (terça-feira) acabou a luz em Passa Três e sábado ficou 24 horas sem energia no local”, disse, mencionado as localidades que estão sendo mais afetadas, como Lídice, Fazenda da Grama, Morro do Estado, Bairro Alambari, Macundu, Getulândia, Pouso Seco e a própria sede, Rio Claro, além de Passa Três.
Latino disse que a população está sendo muito afetada e precisa de uma solução. Ele lembrou que a câmara já fez inúmeros requerimentos e o problema é velho conhecido de todos. “Antes era sempre por conta da chuva, queda de barreira, agora acontece sem esses motivos. A câmara não tem mais onde recorrer, por isso fiz o pedido ao Ministério Público”, explicou.
ABAIXO-ASSINADO
O vereador mencionou que a população está sendo tão prejudicada que um abaixo-assinado foi criado pela Associação de Moradores de Rio Claro, para fazer parte de um pedido de ação civil pública. O presidente da associação, Vinícius Calmon Barbosa confirmou que o documento está sendo elaborado. Como meta, estipularam que os cinco distritos precisarão ter 180 assinaturas: Lídice, Passa Três, São João Marcos, Getulândia e a sede (Rio Claro), além de duas localidades – Pouso Seco e Fazenda da Grama. “O importante não será a quantidade, mas pegarmos de cada localidade as assinaturas. Estão sendo afetados todos os órgãos públicos e também a população. O que a Light faz é um descaso. Não dão a devida atenção porque somos um município pequeno”, destacou, completando que ele já percorreu as diversas localidades de Rio Claro e percebeu que o problema é falta de conservação e manutenção da rede de alta tensão, como o número excessivo de árvores na rede, por exemplo.

Presidente de associação diz que falta manutenção por parte da Light – Divulgação
Vinícius afirma que por tudo que Rio Claro representa em termos de fornecimento de energia e água, esse descaso não deveria acontecer. Ele citou que Ribeirão das Lages produz energia elétrica para todo o Rio de Janeiro e também existe uma transposição do Rio Piraí e Rio Claro que deságua na represa de Ribeirão das Lages e depois no Rio Guandu. “Captamos água para abastecer a capital. Só de transposição, para ver importância de Rio Claro, são 19 quilômetros de túnel que faz a transferência do Rio Piraí para a represa que fica em São João Marcos”, explicou Vinícius.
A respeito da ação civil pública, o objetivo é recolher essas assinaturas para juntar ao pedido. O presidente da associação informa que até sexta-feira pretende obter o retorno desses abaixo-assinados para entrar imediatamente com pedido na Justiça contra a Light.
Hoje mesmo, quarta-feira, mesmo mencionou que a cidade foi vítima de dois apagões. Ele registrou a fila na loteria da cidade a espera da luz voltar.

Fila na loteria hoje por conta da falta de energia – Divulgação
O QUE DIZ A EMPRESA
O A VOZ DA CIDADE enviou questionamentos para a assessoria de imprensa da Light que respondeu que a empresa registrou desarmes nos últimos meses no circuito que supre Rio Claro, por conta das chuvas intensas e ventos fortes comuns no verão. “Com isso, há várias interferências na rede elétrica, seja por árvores ou objetos que caem sobre a fiação. A empresa vem trabalhando para minimizar o impacto das ocorrências e realiza uma série de ações de manutenção. Em fevereiro, por exemplo, a Light fez um mutirão para a execução de podas na localidade. A equipe reuniu 18 profissionais em campo que podaram 60 árvores próximas à fiação e executaram a retirada de vegetações rasteiras, de forma preventiva”, esclareceu a assessoria, completando que o circuito passou por manutenção em dezembro de 2017 e seguirá sendo modernizado durante este mês, com reparo ou troca de equipamentos.
Quando chove, a Light informa que o tempo para restabelecimento da energia se estende por conta da dificuldade de acesso das equipes e por conta dos bolsões d’água ou árvores caídas na via, por exemplo. “Os casos mais complexos também exigem o trabalho de equipes pesadas com caminhões-cesta para remoção das árvores, recolocação de postes e reconstrução de rede”, concluiu a assessoria.