VOLTA REDONDA
Em alusão ao Setembro Verde, mês de campanha para dar visibilidade social à pessoa com deficiência (PCD), a Secretaria Municipal de Educação (SME) de Volta Redonda, por meio da Escola Municipal Especializada Dr. Hilton Rocha, promoveu nesta sexta-feira, dia 6, um evento em parceria com a empresa Cinbal, que produziu latas de mantimentos com descrições em Braile (sistema em alto relevo que possibilita pessoas com deficiência visual acessarem a leitura), para doar aos alunos da unidade de ensino.enquanto acontece a construção da nova estrutura do colégio, no Voldac.
A Hilton Rocha atende a 71 alunos, divididos entre estudantes cegos, com baixa visão e deficiência múltipla (deficiência visual associada a outras deficiências). Com a presença de alunos, familiares e professores da escola, o evento contou com a fala de profissionais e de alunos da unidade especializada de ensino, contando sobre suas experiências.
A diretora da escola, Vera Lúcia Ferreira Cruz, explica que o evento é o primeiro de uma série de atividades que serão desenvolvidas ao longo do mês em alusão à campanha, além de atender à Lei Municipal 5.949 de 2022, que institui a campanha Setembro Verde no município. “Esse evento promove o bem-estar dos alunos e profissionais da escola. A conscientização sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência dá visibilidade às conquistas e desafios enfrentados por eles, estimula o diálogo e a troca de experiências, além de fortalecer as parcerias entre a escola, a comunidade e empresas, por exemplo, em prol da acessibilidade e inclusão”, afirmou a diretora.
PROJETO INCLUSÃO
Após os depoimentos dos alunos e dos profissionais da secretaria de Educação, foi a vez de o representante da Cinbal, o superintendente Eduardo Louver, falar sobre o Projeto Inclusão, que gerou a criação das latas acessíveis. Segundo ele, a empresa, que presta o serviço de litografia, conta com uma parte de impressão digital e um dos recursos utilizados é a impressão em braile, que foi usada na criação das latas de alimentos como arroz, feijão, açúcar e café. “Após conversas internas na empresa, tivemos contato com a escola, que nos passou uma necessidade para entendermos melhor como que essa tecnologia poderia ajudar as pessoas com deficiência visual. Viemos, interagimos com os alunos, que nos mostraram onde deveria ser a melhor posição para se colocar o braile. O projeto foi feito a quatro mãos, criando algo que desse um pouco mais de independência através de uma comunicação na embalagem. Com esta ação, buscamos proporcionar um impacto positivo direto na vida desses alunos, facilitando seu dia a dia e promovendo a inclusão. Agradeço a oportunidade de podermos compartilhar um pouco do programa, do incentivo à inclusão das pessoas com deficiência”, explicou Eduardo.
ENTREGA SIMBÓLICA
Após os depoimentos, foi feita a entrega simbólica das primeiras latas acessíveis. Entre os beneficiados estava o jovem Bernardo, que é o mais novo estudante da unidade de ensino, e alguns professores. As demais embalagens serão entregues posteriormente a cada aluno. “É um projeto muito interessante para trazer mais autonomia às pessoas com deficiência visual, e se destaca em dois principais pontos: além do braile, que, dependendo da posição que esse recipiente esteja, a pessoa pode ler na tampa ou pode ler na lateral, outra coisa muito interessante foi o tamanho diferenciado de cada recipiente. Além da agilidade, vai garantir uma autonomia, porque não vai precisar destampar o recipiente para verificar o que tem lá dentro, isso é muito bom. É uma iniciativa muito louvável e que venham outros projetos, outras iniciativas semelhantes, para que a gente possa dar mais autonomia às pessoas com deficiência, agilidade e, principalmente, que elas tenham ali no seu dia a dia uma forma de realizar suas tarefas com mais praticidade”, afirmou o professor Raoni Campo de Oliveira.
DESCRIÇÕES EM BRAILE NA TAMPA
As latas, em formato cilíndrico, contam com descrições em braile na tampa e uma faixa inclusiva no rodapé, descrevendo o tipo de alimento para o qual ela é destinada a armazenar, como feijão, arroz, açúcar e café. Também conta com o nome do mantimento escrito em alto relevo e uma estampa colorida que remete às plantas de origem de cala alimento.
O secretário municipal de Educação, Osvaldir Denadai, que foi representado durante o evento pela chefe de Gabinete da SME, Josiane da Silva Costa Gonçalves, parabenizou a todos pelo trabalho e destacou a importância de projetos como esse. “Isso estimula a participação social das pessoas com deficiência, ajuda na conscientização das famílias, da sociedade e do próprio município sobre a importância da inclusão, promove informação e difusão dos direitos desse público, além de atendermos à lei, firmando parcerias e convênios com entidades privadas para esses objetivos. Parabéns a todos pelo sucesso do evento”, concluiu a chefe de Gabinete, Josiane.