SUL FLUMINENSE
O Dia Nacional da Cachaça ou simplesmente Dia da Cachaça é celebrado em 13 de setembro. Esta é uma bebida com uma carga simbólica muito grande para a cultura e identidade brasileira. A criação do Dia Nacional da Cachaça foi uma iniciativa do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), instituída em junho de 2009.
O dia 13 de setembro foi escolhido em homenagem à data em que a cachaça passou a ser oficialmente liberada para a fabricação e venda no Brasil, em 13 de setembro de 1661. Esta legalização, no entanto, só foi possível após uma revolta popular contra as imposições da coroa portuguesa, conhecida como ‘Revolta da Cachaça’, ocorrida no Rio de Janeiro. Até então, a coroa portuguesa impedia a produção da cachaça no país, pois o seu objetivo era substituir esta bebida pela bagaceira, uma aguardente típica de Portugal.
A Cachaça no Brasil
A cachaça é uma bebida alcoólica muito apreciada no Brasil, tendo como base principal a cana-de-açúcar. Atualmente, no entanto, existem diferentes variantes da bebida e com diferentes sabores.
O Brasil produz aproximadamente 1,2 bilhão de litros de cachaça por ano. O maior produtor de cachaça industrial no Brasil é o estado de São Paulo, seguido de Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraíba. Por sua vez, Minas e Rio lideram a produção de cachaça artesanal.
A cachaça brasileira é exportada para mais de 60 países, sendo a Alemanha responsável por aproximadamente 30% do mercado.
Cachaça em várias versões na região Vale do Café
A região Vale do Café apresenta opções da cachaça para experimentar e conhecer sua produção. Antes da produção de café tomar conta dos morros da região do Vale do Paraíba fluminense, era a cana-de-açúcar que tinha vez. Resgatar essa história foi uma das inspirações para criação da Cachaça Werneck, produzida em Rio das Flores por Eli Werneck, cujos antepassados cultivaram a cana, e a cachaça, há mais de três séculos.
Com um projeto que preza pela sustentabilidade da produção e alta qualidade do produto final, que pode ser comparado aos melhores destilados do mundo, Eli e sua esposa, Cilene, lançaram a cachaça Werneck no mercado em 2010. Apesar do pouco tempo de vida, colecionam premiações: são mais de 30 selos e prêmios que comprovam o alto padrão da bebida, com processo todo acompanhado de perto pelo proprietário, desde a colheita até o engarrafamento.
A visita, que é gratuita e precisa de agendamento prévio, pode começar pela lavoura, onde o visitante conhece o manejo orgânico, com colheita manual e sistema de condução econômico, utilizando a gravidade para levar o suco até os tonéis. Na degustação, Eli Werneck, que recebe pessoalmente os visitantes, explica que seu intuito é produzir uma bebida com aroma e sabor potentes, para ser consumida aos poucos e saboreada a cada gole. Agende através do site cachacawerneck.com.br ou (24) 99298-9900 | (24) 99298-9998.
A Cachaça Werneck ocupa duas posições no ranking das 20 melhores cachaças do Brasil. “Temos evoluído a cada ano, com crescimento entre 10 a 25%. Não é fácil, a concorrência é grande, mas é o que nos estimula a evoluir. O brasileiro precisa se orgulhar ainda mais do seu produto para que ela tenha mais importância na pauta da exportação, hoje, apenas 1,5% da produção é exportada. Temos um longo caminho pela frente, que nos desafia”, destaca, informando que seus produtos têm certificação orgânica e do Inmetro.
No Vale do Café, além da Werneck, há ainda as cachaças: Magnífica, Rochinha, Vieira & Castro e Santa Rosa. Juntas, produzem cerca de 200 mil litros por ano. A Werneck possui bebidas nas modalidades: tradicional, prata, reserva especial, ouro e Safira Régia.
Selo de Denominação
Associação de Produtores e Amigos da Cachaça de Paraty (Apacap), em parceria com o Sebrae, lançou o novo selo de Indicação Geográfica da Cachaça de Paraty, relacionado aos alambiques Maria Izabel, Engenho D’Ouro, Coqueiro, Corisco, Paratiana e Pedra Branca.
Esse é um marco importante para a região, pois celebra a qualidade e a tradição dessa bebida secular, uma vez que o novo selo garantirá ao consumidor que o produto é genuíno e possui qualidades particulares ligadas à sua origem.
Além disso, a cachaça produzida em Paraty é um dos oito produtos gastronômicos brasileiros que já receberam a Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com o selo de Indicação de Procedência.
Em 2007, a Cachaça de Paraty recebeu do INPI, o certificado de Indicação de Procedência, isto é, o direito exclusivo de somente as pingas fabricadas no município exibirem em seus rótulos a indicação: Cachaça de Paraty, seguida da expressão ‘Indicação de Procedência’. Somente as cachaças fabricadas em Paraty poderão usar o nome geográfico ‘Paraty’ em seus rótulos, quando se sabe que várias marcas de cachaça, em diversos Estados, usam o nome ‘paraty’ para denominar cachaça .
No Brasil há apenas seis produtos com o selo de Indicação de Procedência, sendo que Paraty é a primeira cachaça brasileira a receber esta certificação.
Principais mitos e verdades sobre a bebida
É possível preparar a própria cachaça em casa?
Verdade. O hobby da destilação em casa ou, em inglês, home distilling vem ganhando cada vez mais adeptos. No meio cervejeiro a prática já é bastante difundida.A cachaça, por exemplo, fica pronta em apenas 24 horas.
Pequenos goles fazem a diferença na hora de apreciar
Verdade. A cachaça deve ser bebida em pequenos goles e não de uma vez só, como um shot. Como a bebida pode ter sido envelhecida em mais de 30 tipos de madeira, beber a cachaça lentamente permite que o degustador perceba sua complexidade sensorial.
Cachaça é boa e pinga é ruim
Mito. “Pinga” é apenas mais uma entre as milhares denominações que a bebida tem. Existe o costume de chamar o que é bom de cachaça e o que é ruim de pinga, mas isso não é verdade. A origem desse nome vem do momento de destilação da bebida, quando o vapor se transforma em líquido e começa a pingar no alambique.
Cachaça importada é melhor
Mito. A verdadeira cachaça é produzida no somente no Brasil. Existe até um acordo internacional que protege a cachaça. O destilado de cana-de-açúcar produzido em outros países é chamado de aguardente.
A cachaça deve ser tomada em taça
Verdade. Um dos principais aspectos da bebida é o visual e, só com um copo de vidro, é possível observar sua limpidez, transparência e cristalinidade. O ideal é que a bebida seja tomada em uma taça padrão ISO, vendida em lojas especializadas do ramo.
Cachaça boa é cara
Mito. Existem muitas opções no mercado com preços em conta e de boa qualidade. Mas é óbvio que uma cachaça bem produzida, que agrega a história de um alambique e invista em marketing tende a ter um preço mais elevado.