VOLTA REDONDA
A Corregedoria da Defensoria Pública da União (DPU) esteve em Volta Redonda esta semana para avaliar os trabalhos da Defensoria Pública da União. A visita à região é a 50ª realizada no Brasil. Outras 20 unidades do Brasil serão visitadas ainda este ano. O objetivo é avaliar os trabalhos das unidades, ouvir defensores, servidores e os assistidos. O Chefe da DPU em Volta Redonda, Claudio Luiz dos Santos, informou que esses encontros fazem parte da agenda da corregedoria e objetiva avaliar a DPU.
Foram dois dias de visitas. Ontem, o corregedor Arcênio Brainer e, auxiliar da Corregedoria Geral da DPU, ouviu a comissão de assistidos pela DPU da Região Sul Fluminense e da Costa Verde. “Nós da comissão eleita, ligada aos quilombos, trabalhadores de reciclados, moradores em situação de rua, posseiros e jongueiros, durante duas horas e meia tivemos um diálogo muito produtivo com o defensor Arcênio Brainer, que foi acompanhado pelo Chefe da DPU de Volta Redonda, Claudio Luiz dos Santos”, informou o articulador do pedido ao corregedor e ligado à Associação dos Quilombolas da cidade de Valença, Amauri Fernandes.
A DPU VAI AONDE O POVO POBRE ESTÁ
Amauri Fernandes lembrou que, embora a DPU não esteja realizando atendimento presencial, atendeu cerca de 20 pessoas, cumprindo todo protocolo sanitário estabelecido pelas leis. Vigentes ligados aos coletivos de assistidos participaram da audiência, uma parte ficou em ‘estado de vigília’, enquanto oito deles dialogavam com os defensores sobre a importância do Projeto “a DPU vai Aonde o Povo está.
Fernandes, na sua fala durante um dos encontros da semana, pontuou sobre “muros e pontes”. “Devido a tudo que passamos, diante de todas as dificuldades e afrontas por vezes muros foram criados, tanto por nós das comunidades, bem como pela sociedade. O muro te dá a sensação de proteção. Você consegue até ver sua fachada, mas não sabe o que acontece pelo lado de dentro nem mesmo o que acontece do lado de fora, só se ouve ruídos”, declarou Fernandes, citando como exemplo de muros a indiferença, preconceitos, desconfiança e desprezo. Sobre a ponte, destacou que diferente dos muros, é o elo que permite interligar lugares não acessíveis. “Você por vezes vai de um lugar ao outro e nem percebe que passou por várias pontes, mas o seu acesso só foi possível devido às pontes estarem lá.
Disse ainda que a DPU em Volta Redonda tem sido ponte para os assistidos, onde muros sociais foram derrubados e substituídos por pontes. “Antes da DPU éramos simples catadores de lixo, ‘bando de negros’, moradores de ruas. Enfim, hoje somos reconhecidos e respeitados catadores de materiais reciclados, cooperados, moradores em situação de rua, Quilombolas e Jongueiros, comunidades em situação de vulnerabilidade. É certo que ainda tem muita coisa para ser mudada em nosso país, mas nós estamos conquistando a nossa dignidade e o nosso lugar de direito”. refletiu Amauri. “Manteremos a vigilância em relação ao Projeto realizado pela DPU devido à sua importância e o nosso desejo de que o mesmo permaneça e sirva de modelo para outros Estados e Municípios, inclusive com indicativos do corregedor, que ficou encantado com o projeto e com os relatos de todos que estavam presentes, pelo corregedor foi dito que ‘a DPU está de portas abertas para a Comunidade e que todos pedidos serão atenciosamente observados e encaminhados para as devidas instâncias’, inclusive que cópias do documento elaborado pelos Assistidos serão enviadas ao Ministério da Justiça e ao Chefe Geral da DPU”. Alertou o jovem Quilombola.
O Mestre Toninho do Canecão, liderança Quilombola, que ficou na ‘vigila’ comentou sobre o encontro. Disse que, ao ouvir os relatos do Amauri, sobre o encontro com o corregedor Arcênio Brainer e com o defensor público Cláudio Luiz dos Santos, viu que a Defensoria Pública é uma grande parceira das comunidades’ e que não tem dúvidas do brilhante trabalho que vem apresentando.