BARRA MANSA
É muito comum nos depararmos em revistas ou na internet com notícias sobre tendências de cortes e de cores para o ano. Muitas mulheres até se interessam em ler para saberem se seus cabelos estão ou não na moda, mas no final das contas, cada vez mais empoderadas, quem tem definido o que é ou não moda é cada uma das mulheres. A afirmação é da cabeleireira e especialista em colorimetria, Renata Martins Pereira.
A tendência desse ano para cortes são os chamados curtos médios e o Long Bob é um dos que estão no mercado há mais de cinco anos e veio para ficar. “Se for seguir pela tendência colocada não estão usando mais cabelos longos, mas isso vai muito da personalidade das mulheres, as que querem manter o cabelo grande mantêm e não se importam com isso porque a moda é você quem faz. Também é mito o fato de que mulheres mais velhas não devem ter cabelos compridos, mas sim curtos. Vejo muitas mulheres com mais de 55 anos com cabelão e outras na casa dos 20 com corte curto”, disse Renata.
Para a cabeleireira, que muitas vezes até exerce a psicologia na profissão, a mulher quando muda o visual faz isso para uma nova etapa da vida, busca uma mudança, muitas vezes, sem ela nem estar ciente disso.
Com relação a cores, o dourado está muito em alta, o chamado agora de louro bege. “As cores também sofrem mudanças de cores todos os anos, mas sempre são as mesmas. O dourado já foi chamado de café com leite, canela, morena iluminada, mas é sempre a cor dourada. Além disso, o ruivo também está gritando nesse ano. As mulheres estão querendo ser ruivas em um ponto extremo”, contou.
Renata Martins Pereira disse também que as mulheres buscam diferencial em cor. Não querem o cabelo igual da outra, mas não mais as cores prontas de farmácia. “Considero a pessoa especialista em cores uma artista. Não pegamos somente as técnicas que os institutos ensinam, mas colocamos nossa criatividade. Nenhuma mulher que vem ao meu salão quer sair com a cor da Maria, por exemplo, ela quer uma cor dela. Aí tento fabricar. Mas volto a frisar, as mulheres não estão mais seguindo modinha, elas fazem a sua moda”, destacou a especialista em colorimetria.
Para ela, chegar ao final do trabalho e a cliente olhar para o espelho e ficar satisfeita é o ponto alto da sua profissão. “Cabe ao profissional ouvir. Hoje em dia as pessoas estão fazendo no automático, seguindo a indústria, mas a mulher vai além disso e, quando você consegue entender que a beleza da mulher está dentro e não do lado de fora, aí fica mais fácil. É uma psicologia muitas vezes”, apontou Renata. E muitas vezes conhecer a cliente significa debater até contra aquilo que ela pede. “Nessa semana veio uma mulher no salão querendo um corte para comemorar seus 50 anos. Loira, pediu para escurecer o cabelo. Eu disse que não, que não era o que ela realmente queria. Deixei no tom claro e a noite nas redes sociais ela postou uma foto dizendo: você me entende, era exatamente isso que eu queria”, lembrou rindo. “É preciso ouvir o coração delas, muitas vezes”, concluiu.