VOLTA REDONDA
Cerca de 50 servidores da Saúde de Volta Redonda completaram nesta quinta-feira, dia 7, um ciclo de formação sobre diversidade de gênero e orientação sexual. A atividade foi realizada em dois dias, no auditório do Centro Universitário Geraldo Di Biasi (UGB), e ofertada pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH). A capacitação busca desenvolver a compreensão e reflexão dos profissionais sobre a diversidade da sexualidade humana e suas implicações na saúde, qualificando o atendimento às pessoas LGBTQIA+.
Devido às regras de restrição impostas pela Covid-19, a atividade de formação foi dividida em duas turmas. A primeira, que contou com a participação de 22 profissionais, foi concluída em setembro. A segunda etapa, realizada nesta semana, envolveu os gerentes das unidades básicas de saúde, num total de 46 no município, além de enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos que atuam no Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf), equipes do programa “Consultório na Rua” e alguns profissionais da Urgência e Emergência (Hospital Dr. Nelson Gonçalves).
RELATO DA POPULAÇÃO
Segundo a assessora da Divisão de Políticas para Diversidade de Gênero da SMDH, Regina Céli Pereira, a capacitação surgiu através de relatos da população LGBTQIA+ atendida no Centro de Cidadania LGBTI, que funciona na sede da SMDH, em parceria com o Governo do Estado, através do programa Rio Sem LGBTIfobia.“Identificamos que muitas dessas pessoas LGBTQIA+ não acessam os serviços da saúde por não sentirem-se reconhecidas e respeitadas em suas especificidades. Outros por não se sentirem seguros. Então estamos passando orientações sobre a importância de se realizar um atendimento humanizado, sem discriminação e com a compreensão sobre os conceitos da sexualidade humana”, explicou Regina.
RODA DE CONVERSA
Durante a capacitação houve roda de conversa com os servidores, apresentação de materiais multimídias, vídeos educativos, oficinas para identificação dos conceitos de sexualidade e discussão de estudos de caso.
A enfermeira Camilla Santos, do apoio técnico do Departamento de Atenção Primária em Saúde, lembrou que durante a capacitação existe a troca de experiências entre os profissionais da Saúde e da SMDH, e que isso contribui para combater a discriminação, a violência e promover a cidadania da população LGBTQIA+ em Volta Redonda.
Segundo a enfermeira, são muitas melhorias que precisam ser feitas dentro das políticas públicas de combate à LGBTfobia. São temas muito recentes, como em alguns prontuários digitais já existe a possibilidade do preenchimento com o nome social, mas outros mais antigos não. “Então o profissional precisa ter esta sensibilidade; reconhecer e respeitar a identidade dessas pessoas que assim como todas as outras também precisam do atendimento em saúde. Estamos plantando uma sementinha, mas com certeza o comprometimento das equipes é muito grande”, concluiu Camilla.