SUL FLUMINENSE
A direção da ArcelorMittal Brasil confirmou nesta segunda-feira, 4, que a unidade da ArcelorMittal Aços Longos da planta industrial de Barra Mansa permanecerá em operação. A empresa é uma das maiores produtoras de aços longos e trefilados no Brasil, especializada na produção de fio-máquina para aplicações na indústria e uso geral, laminados para a construção civil e trefilados. A capacidade de produção atual é da ordem de 3,9 milhões de toneladas de aço bruto no Brasil por ano.
As operações da ArcelorMittal Aços Longos e Trefilados estão concentradas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul. No Rio de Janeiro, possui atividades nas cidades de Barra Mansa e Resende. De acordo com a direção da ArcelorMittal, uma nova estratégia de otimização de negócios está sendo adotada regionalmente nas unidades fluminenses. Na prática, ocorrerá a redução de atividades na planta de Barra Mansa. Ação que não implica no fechamento da unidade, conforme explica a empresa, através de nota oficial enviada ao A VOZ DA CIDADE. “A ArcelorMittal Sul Fluminense informa que permanece operando sua planta industrial em Barra Mansa. Esclarece ainda que, como parte de uma estratégia de otimização das operações, reduzirá a produção da Aciaria desta usina. Essa medida faz parte dos esforços da empresa para tornar a planta industrial mais competitiva e se mostra convergente para encarar os desafios da indústria do aço. A ação não impactará o pleno atendimento aos clientes”, explica.
A empresa frisa ainda que confia na retomada da economia brasileira. “A ArcelorMittal Sul Fluminense reafirma que se mantém confiante quanto ao ambiente de negócios no Brasil nos próximos anos, e destaca que, inclusive, está intensificando seus trabalhos no desenvolvimento de novos produtos e analisando possíveis investimentos futuros na região”, finaliza.
SINDICATO ACOMPANHA SITUAÇÃO
A estratégia de otimização das operações anunciada pela AcelorMittal está sendo acompanhada pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense (SindMetal-SF), que tem negociado, desde abril de 2018, com a empresa sobre as medidas adotadas durante a transição da Votorantim para ArcelorMittal. Para o SindMetal, o processo de modernização tem apresentado um saldo negativo para o trabalhador. Assim, as direções voltaram à mesa de negociação para discutir a implantação do exame toxicológico, que a empresa insiste em implantar.
O sindicato se posicionou radicalmente contra essa medida, já que afeta diretamente a vida social do trabalhador. Essa conduta pode prejudicar inclusive na sua produção ou causar acidente, já que afeta o estado emocional do trabalhador.
ACIARIA ELÉTRICA
Além de não avançar nas discussões, a empresa informou o sindicato sobre a suspensão das atividades na Aciaria Elétrica, na planta de Barra Mansa, por um período aproximado de cinco meses. E, em consequência, alguns trabalhadores serão transferidos para planta de Resende e outros serão demitidos. Na questão dos possíveis demitidos na redução da atividade da Aciaria Elétrica em Barra Mansa, o sindicato tenta garantir que eles recebam três meses de plano de saúde, sem contar com o mês do aviso prévio; seis meses de cesta básica; e um salário a título de gratificação. “Apesar da crise que a empresa alega que vêm enfrentando, seus representantes afirmaram que não há intenção de fechar a planta de Barra Mansa, pretendem investir na sua modernização. O sindicato espera não ter mais surpresas com essa política ‘de modernização’ que a empresa vem implantando”, informa o diretor responsável das questões trabalhistas do SindMetal, Almir Paulino.
CADE
Em abril de 2018, a ArcelorMittal Brasil consolidou as vendas de ativos que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) exigiu no processo de aquisição da Votorantim Siderurgia – a celebração de Acordo em Controle de Concentrações (ACC). Em maio, trabalhadores foram dispensados da unidade de Barra Mansa e Resende, ação que o Cade alega não ter influenciado, uma vez que não houve qualquer recomendação para que a ArcelorMittal encerrasse atividades para evitar o monopólio da empresa.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Silvio Campos, naquela ocasião, a empresa anunciou o encerramento de atividades em algumas áreas e a demissão de 85 funcionários, sendo 45 em Resende e 40 em Barra Mansa.