NOVA IORQUE
Nesta terça-feira, dia, 20, a comunidade humanitária confirmou que forças israelenses estão realizando bombardeios por ar, terra e mar na maioria da Faixa de Gaza. O ataque resulta em um crescente número de vítimas civis, deslocamentos em massa e destruição de casas e infraestruturas essenciais à população.
Segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), áreas como Khan Younis e Deir al Balah enfrentam incursões terrestres e intensos combates, enquanto grupos armados palestinos lançam foguetes contra Israel.
Crise nos hospitais e centros de saúde
A crise de abastecimento de combustível e suprimentos médicos tem comprometido severamente o funcionamento dos hospitais e centros de saúde, especialmente no norte de Gaza. Na segunda-feira, Mohamed Saleh, diretor do Hospital Al Awda, anunciou a suspensão de todas as cirurgias devido à escassez de combustível e fez um apelo urgente por mais fornecimento, na tentativa de evitar mais mortes.
Situação semelhante ocorre no Hospital Kamal Adwan, onde a falta de combustível e suprimentos ameaça paralisar as operações.
Evacuações em massa
A ONU informou que 86% da Faixa de Gaza, cerca de 314 quilômetros quadrados, está sob ordens de evacuação. A população local tem se concentrado em uma zona designada pelas autoridades israelenses em Al Mawasi. A densidade populacional na área de acolhimento aumentou drasticamente, chegando a uma média de 30 a 34 mil pessoas por quilômetro quadrado, um número alarmante se comparado às 1,2 mil pessoas que viviam ali antes do início do conflito, em 7 de outubro.
A combinação de deslocamentos sucessivos, superlotação, insegurança, infraestrutura destruída e serviços limitados está agravando a já crítica situação humanitária em Gaza.
Impacto Humanitário
A comunidade humanitária estima que 13,5 mil palestinos deslocados em 18 locais foram afetados pela mais recente ordem de evacuação israelense, que abrangeu o Acampamento de Refugiados de Al Maghazi e vários bairros de Deir al Balah.
Essas áreas incluem cinco escolas, 14 instalações de saneamento e saúde, e dez centros de cuidados, sendo dois deles de atenção primária e cinco pontos médicos.
O Ocha alerta que, com os conflitos contínuos, evacuações constantes e escassez de suprimentos, é cada vez mais difícil para as famílias deslocadas acessarem serviços básicos nas áreas de acolhimento.
A escassez de combustível, além de forçar o adiamento de cirurgias essenciais, ameaça também paralisar a operação de ambulâncias, especialmente no norte de Gaza.
*Luciano R. Pançardes – Editor-chefe