Recentemente, um grupo de metalúrgico e ex-metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) procurou o A VOZ DA CIDADE para pedir ajuda e falar sobre o que vem acontecendo com grande parte deles. Disseram os reclamantes que a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense entrou com um processo por perdas na PLR contra a empresa há vários anos e que até agora não foi solucionado, enquanto para muitos já foi concluído. Procurada pela equipe de reportagem do jornal, a direção da entidade sindical fez questão de esclarecer todas as dúvidas aos trabalhadores.
Chamado PLR1 e administrado pelo Escritório Baptista e Reis Advogados Associados, o processo ainda não foi concluído. De acordo com os reclamantes, uma grande parcela dos beneficiados já recebeu os valores devidos, mas outro grande número de metalúrgicos, no qual estão incluídos, há vários anos são recebidos no escritório dos advogados nas sextas-feiras e sempre com a resposta “processo em calculo”. Reclamaram que, durante toda a gestão da atual diretoria do Sindicato esse processo sempre está nesse estágio.
Lembraram também que, recentemente, o Sindicato emitiu uma nota que esse atraso de anos entre uma parte e outra de metalúrgico é devido à redistribuição de processo entre varas na Justiça. Esses metalúrgicos e ex-metalúrgicos chegaram a indagar se é isso mesmo. “Ou seria talvez incompetência dos advogados ou também seria algum acordo entre CSN e Sindicato? Somos muitos que estamos há anos nessa espera”, queixou um dos metalúrgicos.
Ao A VOZ DA CIDADE, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos esclareceu que, primeiramente, esses trabalhadores que estão fazendo a reclamação não estiveram presentes na assembleia de esclarecimento, realizada pela entidade Sindical na última quinta-feira, dia 8. Informou ainda que, o encontro foi promovido justamente com a finalidade de esclarecer as várias dúvidas dos envolvidos no processo, pelo advogado responsável pelo escritório contratado para tocar esses processos, Murilo Reis Baptista.
DIVERSOS PROCESSOS
Ainda de acordo com a direção do Sindicato, devido aos boatos veiculados de forma irresponsável nas redes sociais, relativos aos processos de PLR, ajuizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos em face da CSN, esclarecemos que, à época, foram distribuídos diversos processos, sendo que, parte deles, foi distribuída para a 1ª Vara do Trabalho (VT) de Volta Redonda e parte para a 2ª Vara.
Lembrou também a direção do Sindicato que, os processos que tramitam na 1ª VT/VR tiveram deferida a gratuidade de Justiça, ou seja, foi concedida a isenção no pagamento de custas. Já os que tramitam na 2ª VT/VR, inicialmente, foi negada a gratuidade de justiça, em Brasília, e por oito anos, ficou parado. “Depois desse período, o advogado Murilo fez um mandato de segurança e conquistou o direito de isenção no pagamento das custas processuais, arbitradas para cada processo. Diante desse fato, obviamente, os processos que tramitam na 1ª VT/VR tiveram uma tramitação muito mais rápida que aqueles que tramitam na 2ª VT/VR”, relatou.
SOBRE A SUSPEITA
Sobre a suspeita levantada, a direção do Sindicato esclarece que julga de má fé, já que não depende da vontade do Sindicato e nem dos advogados responsáveis pela ação. “Toda decisão judicial é de responsabilidade da justiça e tem seu trâmite próprio. Imagina no TST, em Brasília, com milhares de processos do país inteiro? Isso justifica o atraso. Outra coisa, uma vez ajuizado tem que ser julgado e qualquer tentativa de acordo precisaria da participação do trabalhador”, relatou.
Ressaltou ainda que, enquanto a reclamação desta gestão é importante esclarecer que nenhuma outra gestão pagou algum trabalhador referente a esse processo. “Foi a gestão atual que já beneficiou mais de 2.500 trabalhadores. É bom informar também que existem processos judiciais aqui no sindicato que ainda estão Tramitando há 38 anos. Isso é a justiça brasileira”, finalizou.