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Sul do Estado é região com maior incidência de raios

Por Cyntia Freitas
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REGIÃO SUL FLIMNENSE

O Núcleo de Monitoramento de Descargas Atmosféricas com sede em São José dos Campos, no interior de São Paulo, informou nesta quinta-feira que o Sul do Rio de Janeiro é a região com maior incidência de raio de todo o Estado. O coordenador do Núcleo e Pesquisador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Osmar Pinto Júnior, explicou que a geografia da região favorece a formação de descargas elétricas por estar entre as Serra do Mar e da Mantiqueira. Ele ainda informou os cuidados que a população deve ter nesta época do ano que é favorável para ocorrência de raios.

No início da noite de quarta-feira, uma mulher foi atingida por um raio quando estava esperando embarcar no ponto de ônibus localizado no bairro Campos Elíseos, principal Centro Comercial da Cidade. Lucilene Carvalho de Souza Cruz, 47 anos, moradora de Quatis, teve queimaduras na região abdominal e coxas e até o fechamento desta edição, ela continuava internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da Unimed. A unidade hospitalar informou apenas que seu estado de saúde é estável.

EM Resende, mulher foi atingida por raio no início da noite de quarta-feira e continua internada no CTI – Redes Sociais

De acordo com o coordenador, os raios são descargas elétricas intensas que acontecem na atmosfera com típica duração de meio segundo e típica trajetória com comprimento de 5 a 10 km. “Os raios acontecem a partir do choque de partículas de gelo dentro de uma tempestade. A intensidade dos raios são mil vezes a das correntes elétricas de nossas casas, como por exemplo, os chuveiros elétricos”, disse Osmar, acrescentando que os danos causados são diversos. “Os raios causam prejuízos diversos que incluem queima de equipamentos eletrônicos, falta de energia elétrica, incêndios, mortes de animais e seres humanos. Quando um raio atinge uma pessoa diretamente ele é fatal. Já quando acontecem indiretamente, as pessoas podem sobreviver. Isso vai depender da distância que ele caiu em relação à pessoa”, explicou.


No verão a ocorrência de descargas elétricas é intensificada. “Nesta época do ano a ocorrência de raios é maior. A região do Sul do Rio de Janeiro é a região do Estado com maior incidência de raios, principalmente entre os municípios de Valença, Rio das Flores, Resende, Barra do Piraí, Rio Claro, Barra Mansa, entre outras. A Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, as duas cadeias que formam o Vale do Paraíba se aproximam na fronteira dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Essas cadeias de montanha ao se aproximarem criam como se fosse um funil, acelerando o ar que tá no vale que atinge com velocidades maiores o ar, favorecendo as tempestades acompanhadas de raios”, informou o coordenador, comentando que neste verão a ocorrência de raio está menor. “Nós estamos com incidência de raio cerca de 30% abaixo da média registrado no ano passado. Por enquanto a situação está tranquila, mas a nossa previsão é de que nos próximos dois meses do verão, ou seja, fevereiro e março a ocorrência de descarga elétrica aumente em relação ao mês de janeiro. A previsão é que ocorram mais temporais. Por isso, as pessoas devem ficar atentas”, disse.

De acordo com dados do Núcleo de Monitoramento, neste mês 14 cidades do Sul do Estado registraram o total de 14.924 quedas de raio. De acordo com a tabela, os municípios com maiores números são: Valença com 3.552; Rio das Flores com 2.625; Resende com 1.821; Barra do Piraí com 1.817; Rio Claro com 1.537; Barra Mansa com 1.382; Piraí com 791; Volta Redonda com 340; Quatis com 325; Itatiaia com 274; Angra dos Reis com 248; Parati com 151; Pinheiral com 50 e Porto Real com 14.
SITUAÇÕES DE RISCO E PREVENÇÃO

O coordenador e especialista Osmar Pinto Júnior destacou que as situações de risco maior são quando as pessoas ou animais estão ao ar livre. “Estes riscos aumentam quando as pessoas estão em locais abertos, por exemplos, trabalhando no campo, jogando futebol ou em qualquer atividade”, disse Júnior, acrescentando que nas cidades, as pessoas em pontos de ônibus não representa uma proteção suficiente contra uma descarga elétrica porque não é totalmente fechado. “Se está acontecendo uma tempestade e a pessoas está em um ponto de ônibus abeto, ela deve ir para um local fechado. Essa é uma recomendação típica. Digo mais, dependendo da estrutura do ponto de ônibus, por exemplo, se ela for metálica, o risco é maior ainda, já que o metal é um bom condutor de eletricidade e o ponto de ônibus é de proteção aberta. Quando estiverem nestes locais às pessoas devem sair do ponto de ônibus e buscar abrigo em um local fechado para se protegerem. Em uma situação mais crítica onde estejam em um local que não tenha um abrigo fechado, a pessoa deve entrar em um coletivo que por ser um objeto metálico fechado é mais seguro. A ideia é sair daquele local e em hipótese alguma ficar no ponto de ônibus ainda mais se for próximo de árvores altas e rio o que facilita a incidência de raio. Nem adianta sair caminhando na chuva”, recomendou o coordenador sugerindo a cartilha de proteção desenvolvida pelo grupo:  http://www.inpe.br/webelat/docs/Cartilha_Protecao_Portal.pdf

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