Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense completa 60 anos

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BARRA MANSA

O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, que tem sede em Barra Mansa e subsedes em Volta Redonda, Barra do Piraí e Resende, completa nesta terça-feira, dia 12, aniversário de 60 anos de fundação. Durante seis décadas a trajetória do Sindicato foi pautada pelo fortalecimento da democracia, inclusão social e pela ampliação de direitos à classe trabalhadora. A igualdade de gênero também faz parte da caminhada do Sindicato dos Bancários, que teve como primeira bancária sindicalizada, Maria das Dores Sacchi de Souza, do extinto Banco Ribeiro Junqueira.

O presidente do Sindicato, Péricles Lameira, o Cabral, comentou a importância do marco de 60 anos para unir a categoria. “A conjuntura atual aponta para momentos complexos. O resultado das eleições de 2018 está começando a produzir os seus efeitos e o país vive grandes retrocessos, principalmente no que se refere à garantia dos direitos dos trabalhadores, do emprego e da própria dignidade. Temos uma população de desempregados estimada para 2019, segundo a Organização Internacional do Trabalho, em 13,1 milhões. Na contramão desses números, um governo com uma política econômica que rechaça o trabalhador, retira direitos e deixa de tributar grandes empresas e bancos privados”, enumerou.

Na avaliação dos diretores o momento é de resistência. “São 60 anos de história. Temos a certeza que um ambiente democrático é condição essencial para transformar o mundo em que vivemos numa sociedade mais justa e igualitária. A longo dos anos, avançamos muito. Mas também tivemos perdas, como por exemplo, em 2017, com a reforma trabalhista. Diante do cenário atual temos muita luta pela frente. O fato é que somos e sempre seremos resistência”, frisa o Sindicato.

BANCÁRIAS GANHAM MENOS

No Mês da Mulher o Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense também destacou a discriminação de gênero nos cargos de governança dos bancos. O Sindicato cita os dados da Pesquisa de Emprego Bancário, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na subseção do Contraf-CUT. A análise aponta que as 1.089 mulheres admitidas nos bancos em janeiro de 2019 receberam, em média, um valor correspondente a 82,8% da remuneração média auferida pelos 1.359 homens contratados no mesmo período. As informações levam em conta os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do IBGE.

Segundo a pesquisa, a diferença salarial entre bancárias e bancários persiste ao longo de toda a carreira, uma vez que também é constatada no momento do desligamento dos trabalhadores da categoria. As 1.189 mulheres desligadas dos bancos em janeiro recebiam, em média, valor correspondente a 79% da remuneração média dos 1.253 homens que deixaram seus cargos nos bancos no primeiro mês de 2019. “Esse é um dado verificado em toda a sociedade e em empresas de todos os segmentos econômicos. As mulheres recebem menos do que os homens, mesmo tendo a mesma função e cumprindo as mesmas tarefas. Mas, no setor bancário, existem algumas particularidades que tornam essa constatação ainda mais grave. Elas têm melhor formação do que seus colegas de trabalho, mas os melhores cargos e os maiores salários ficam com eles”, observa a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Os últimos relatórios de sustentabilidade dos bancos mostram que, nos cinco maiores bancos do País, as mulheres são minoria nos cargos de direção. No Santander, elas ocupam apenas 20,2% dos cargos nesta esfera. Mas, nos outros bancos chega a ser ainda pior. No Itaú, somente 12,7% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres. No Bradesco, 5,15%; no Banco do Brasil, 4,84%; e, na Caixa, somente 2,7% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres.

A pesquisa da Contraf-CUT indica a distinção salarial entre homens e mulheres nas agências bancárias

ACHATAMENTO DE SALÁRIOS

Ainda segundo a Pesquisa de Emprego Bancário, em relação à idade dos trabalhadores contratados e demitidos, em janeiro a abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, com criação de 1.008 postos de trabalho. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 501 postos. “A remuneração média dos funcionários com menos de 30 anos é mais baixa. Eles demitem os funcionários mais experientes e contratam os mais jovens com salários mais baixos. Com isso estão promovendo o achatamento dos salários da categoria”, explicou Juvandia.

REFORMA TRABALHISTA

Segundo a pesquisa do Dieese, os dados do Caged trazem os primeiros reflexos da reforma trabalhista para a categoria bancária. As demissões sem justa causa representaram 52,7% do total de desligamentos no setor bancário em janeiro de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 35,5%. No primeiro mês desse ano foram registrados 15 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram do emprego nessa modalidade apresentaram remuneração média de R$10.235,20, bastante superior à média que é de R$ 6.318,22.

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