Sindicato aguarda proposta da CSN sobre turno de oito horas

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VOLTA REDONDA

Está marcada para hoje, às 10 horas, a segunda reunião entre representantes da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. O encontro tem como objetivo discutir a implantação do turno fixo de oito horas na Usina Presidente Vargas (UPV). O presidente do Sindicato, Silvio Campos, diz que espera que, desta vez, a empresa apresente uma proposta interessante para os trabalhadores, já que na primeira reunião, ocorrida na semana passada, após exaustiva discussão e nenhum consenso, ficou estabelecido esse novo encontro.

Silvio Campos explicou que com a intenção de acabar com o turno de revezamento de seis horas e implantar o fixo de oito horas, a CSN tem que apresentar algo muito com para os funcionários que temem perder seus direitos adquiridos de muitos anos de luta. Relatou que como nada foi apresentado na primeira reunião a não ser a apresentação de uma série de argumentos e justificativas para o aumento da jornada, que todos já conheciam e que agora se tornou público.

O sindicalista lembrou ainda, que o fato é que na primeira reunião o Sindicato não ouviu nenhuma proposta para ser levada ao conhecimento dos trabalhadores do turno. Ou seja, de acordo com o sindicalista, a empresa só usou de argumentos para convencer o Sindicato sobre a necessidade de alteração da jornada de trabalho. Silvio disse ainda que, além de afirmar que não há intenção de demitir trabalhadores, o objetivo é criar condições para o enfrentamento das dificuldades de mercado que a empresa vem enfrentando.

Silvio fez questão de frisar que, em mesa, o Sindicato defendeu a manutenção da atual jornada, de seis horas, garantida pela Constituição. Relatou que, como se trata de uma decisão dos trabalhadores que querem ouvir as propostas da empresa como alternativa ao turno fixo, o Sindicato espera que seja apresentada uma proposta que leve em consideração, no mínimo, a garantia de emprego, tabela de horário definida pelos trabalhadores, uma hora de intervalo de refeição e uma compensação financeira justa que atenda os interesses dos trabalhadores.

O ex-assessor de Dom Waldyr Calheiros, o metalúrgico aposentado da CSN Evaldo Pontes, em entrevista ao Programa Cidadania Consciente, pela TV Ideal VR, disse que o turno de oito horas é desumano.  Ele falou da greve em 88 na CSN.

A memória e história dos fatos relatados por Evaldo revelam questões inéditas nas greves da CSN em 84 e 88, entre elas a conquista do turno de seis horas. Contou também como se deu sua aproximação de Dom Waldyr, no final da década de 1970 e o aprendizado de humanidade entre os dois. Evaldo Pontes não escondeu a emoção ao relatar o enfrentamento direto com soldados do Exército em 88. “Senti medo, sede, fome, enfrentamos a morte, a fé, o espírito de classe nos fizeram fortes e conquistamos entre outros pontos o turno de seis horas”, declarou.

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