SUL FLUMINENSE
A produção industrial nacional cresceu pelo terceiro mês consecutivo com alta de 8% em julho, na comparação com o mês anterior, após expansão em maio e junho. Nos meses de março e abril houve perda de 27% devido à pandemia do coronavírus e os efeitos do isolamento social.
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada nesta quinta-feira, dia 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que na comparação com julho de 2019, a produção industrial teve redução de 3%, nono resultado negativo seguido nesse tipo de comparação. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em – 5,7%. Este foi o recuo mais elevado desde dezembro de 2016 (-6,4%).
No saldo de 2020 a indústria brasileira apresenta queda de 9,6%, índice e o patamar abaixo do ano passado demonstram que ainda há espaço para recuperação. “Observa-se uma volta à produção desde maio, e é um crescimento importante, mas que ainda não recupera as perdas do período mais forte de isolamento”, afirma Andre Macedo, gerente da PIM.
SETOR AUTOMOTIVO
A principal influência no resultado para o mês segue sendo do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que cresceu 43,9%. “A indústria automotiva puxa diversos setores em conjunto, sendo o ponto principal de outras cadeias produtivas”, pontua Macedo. O setor acumula expansão de 761,3% nos últimos três meses, mas ainda assim se encontra 32,9% abaixo do patamar de fevereiro último.
Também mostraram crescimento de destaque a metalurgia (18,7%), e as indústrias extrativas (6,7%), de máquinas e equipamentos (14,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,8%), de outros produtos químicos (6,7%), de produtos alimentícios (2,2%), de produtos de metal (12,4%), de produtos de minerais não metálicos (10,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (29,7%), de produtos de borracha e de material plástico (9,8%), de produtos têxteis (26,2%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,8%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12%), de produtos diversos (27,9%) e de bebidas (4,6%).
Já no índice das grandes categorias econômicas da indústria, todas apresentaram alta em julho, com destaque para bens de consumo duráveis, que registrou a maior taxa positiva do mês (42%) e apontou o terceiro mês seguido de expansão na produção, alta acumulada de 443,8%. Ainda assim, esse segmento se encontra 15,2% abaixo do patamar de fevereiro último.
Os setores produtores de bens de capital (15,0%) e de bens intermediários (8,4%) cresceram acima da média geral da indústria. Já o de bens de consumo semi e não duráveis (4,7%) registrou o crescimento menos intenso entre as categorias econômicas.
O Sul Fluminense é um dos principais polos do setor automotivo e com a retomada das atividades nas unidades de veículos, caminhões e ônibus, auxiliou a produção industrial. O primeiro mês do segundo semestre apresentou números mais positivos para o setor automotivo, na comparação com o tombo dos três meses anteriores.
De acordo com balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção em julho chegou a 170,3 mil unidades, alta de 73% sobre junho, mas ainda 36,2% inferior ao mesmo mês do ano passado. Apesar da elevação, foi o pior julho desde 2003 para o setor. Os emplacamentos de autoveículos (174,5 mil) cresceram 31,4% sobre junho, mas caíram 28,4% em relação a julho de 2019, pior volume desde 2006. Nas mesmas comparações, as exportações subiram 49,7% e recuaram 30,8%.
No resultado acumulado do ano, a queda mais dramática é na produção (48,3%), a mais baixa deste século, seguida pelas exportações (43,7%) e por licenciamento (36,6%). “Além de um número maior de dias úteis, julho foi um mês no qual as montadoras e concessionárias fizeram um grande esforço para recompor o caixa prejudicado pela longa quarentena. Mas o ritmo de vendas diário foi apenas 20% superior ao de junho, o que demanda cautela na análise de como será a recuperação no segundo semestre”, avalia Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
LICENCIAMENTOS
Dados sobre o licenciamento de autoveículos leves por empresas associadas à Anfavea, indicam o desempenho das marcas com fábricas instaladas no Sul Fluminense no mês de julho. A Jaguar Land Rover obteve 752 licenciamentos, a Nissan 3.469 unidades e a Peugeot-Citroën 2.035. Entre os Caminhões, a Volkswagen Caminhões e Ônibus e a MAN, nos segmentos Semileve (41), Leve (283), Médio (661), Semipesados (1.006), Pesados (857). Entre os Ônibus/chassi (496 unidades).