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Setembro Amarelo: como a família pode prevenir crises emocionais na infância e adolescência?

Por Carol Macedo

Setembro Amarelo é o mês dedicado à conscientização e prevenção do suicídio, e destaca a importância da saúde mental, para todos, mas aqui vou me ater a infância e adolescência.

A saúde mental de crianças e adolescentes está profundamente ligada à qualidade das interações familiares. Famílias que oferecem um ambiente acolhedor, com comunicação aberta e suporte emocional, ajudam seus filhos a desenvolver uma base sólida para enfrentar os desafios que surgirão ao longo da vida. Em contrapartida, ambientes familiares com conflitos constantes, falta de diálogo e apoio emocional deficiente pode representar um risco para o desenvolvimento de problemas psicológicos.

Na infância, muitos sinais de problemas de saúde mental podem ser identificados e muitas vezes eles começam na escola.  Alguns comportamentos podem indicar questões como transtornos de ansiedade, depressão ou dificuldades cognitivas que necessitam de intervenção precoce.

Do ponto de vista da neurociência, a adolescência é um período de intensa reorganização cerebral, especialmente no córtex pré-frontal, a área responsável pelo controle de impulsos, regulação das emoções e tomada de decisões. Como essa parte do cérebro ainda está em desenvolvimento, os adolescentes podem ser mais propensos a comportamentos impulsivos e a dificuldades em controlar suas emoções. Além disso, a pressão social, as demandas escolares e os desafios familiares podem aumentar a vulnerabilidade emocional.

No contexto do Setembro Amarelo, é essencial identificar precocemente sinais de risco, como isolamento, mudanças bruscas de comportamento e queda no desempenho escolar. O serviço de saúde mental auxilia na compreensão desses sinais e na identificação de possíveis transtornos mentais, como depressão e ansiedade. Com isso, é possível elaborar um plano de cuidado que envolva a rede de apoio do adolescente, como família, escola e profissionais de saúde.

A prevenção desses problemas, no entanto, começa bem antes da adolescência. Desde a infância, as bases para o desenvolvimento emocional e psicológico são construídas, e o papel da família é fundamental nesse processo. A família é o primeiro ambiente onde a criança aprende a lidar com emoções, a ser resiliente e a construir relacionamentos saudáveis. O acompanhamento psicológico precoce pode ser crucial para prevenir problemas mais graves na adolescência, como o suicídio.

O Setembro Amarelo nos lembra da importância de cuidar da saúde mental em todas as fases da vida. O acompanhamento psicológico, aliado a um ambiente familiar saudável, pode ter um impacto profundo na vida de crianças e adolescentes, ajudando-os a desenvolver resiliência e a enfrentar os desafios emocionais de forma equilibrada e eficaz. Prevenir significa começar cedo, proporcionando aos jovens o apoio necessário para crescerem com segurança e equilíbrio.

Marcele Campos – Psicóloga Especialista em Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, Atrasos de Desenvolvimento Intelectual e Linguagem. Trabalha há mais de 28 anos com crianças e adolescentes. Proprietária da Clínica Neurodesenvolver –

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