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Ser mãe hoje: uma missão possível e por vezes com custos invisíveis

Por Carol Macedo
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Mês das mães e eu estava aqui refletindo sobre a vida de muitas de nós, mulheres…

Acorda cedo, prepara o café, organiza a mochila dos filhos, revisa mentalmente a lista de reuniões do dia e, muitas vezes, já começa tudo isso antes mesmo de escovar os dentes. A mulher de hoje ocupa muitos papéis — profissional, mãe, parceira, filha, cuidadora — e ainda carrega uma cobrança silenciosa (e feroz) de dar conta de tudo com perfeição.

Mas a que custo?

A sobrecarga feminina é uma epidemia silenciosa. E não se trata apenas de cansaço físico — é o desgaste emocional de tentar estar em todos os lugares ao mesmo tempo, sentindo que nunca é o suficiente. A ciência explica: nosso cérebro não foi feito para dar conta de múltiplas tarefas complexas simultaneamente. Quando forçamos esse ritmo, o que colapsa primeiro é a saúde mental.

E as queixas se repetem em consultórios e conversas entre amigas: “Sinto que não consigo desligar a mente”, “Estou sempre cansada, mesmo dormindo”, “Parece que estou errando em tudo — em casa, no trabalho, comigo mesma”.

A boa notícia é que, mesmo sem soluções mágicas, existem caminhos possíveis para resgatar o equilíbrio e o bem-estar — sem precisar abandonar as responsabilidades, mas aprendendo a cuidar de si no meio da rotina.

Pequenos ajustes, grandes mudanças

Crie rituais de início e fim do dia.

Evite o celular nos primeiros 20 minutos ao acordar. Respire, se alongue, tome um copo d’água. À noite, um chá quente ou um banho demorado ajudam o corpo a entender que é hora de desacelerar.

Planeje o dia com intenção

Um planner ou lista de tarefas pode parecer simples, mas ajuda o cérebro a prever e organizar melhor o tempo. Agrupar tarefas parecidas reduz o desgaste mental.

Aprenda a dizer não

Cada “sim” automático que você diz para os outros pode ser um “não” para você. Dizer não, não é egoísmo — é autocuidado.

Treine sua atenção


A prática de atenção plena (mindfulness) — respirar fundo por 3 minutos, observar o ambiente com presença — ajuda a reduzir a ansiedade e melhora o foco.

Divida as tarefas

Delegar não é falhar, é sustentar. Família é time. Parceiros, filhos, colegas: todos podem (e devem) compartilhar responsabilidades.

Fale sobre como você se sente

Sentir-se sobrecarregada não é fraqueza — é humano. Falar sobre isso com alguém de confiança ou com um profissional pode aliviar o peso invisível que você carrega.

Tenha um tempo só seu (mesmo que sejam 10 minutos)

Ouvir uma música, tomar sol, ler uma página de um livro. Momentos simples ativam o sistema de recompensa do cérebro, trazendo prazer e regulando o humor.

Cuidar de si não é luxo, é necessidade

A mulher atual não precisa ser heroína o tempo todo. Nem precisa dar conta de tudo sozinha. Ela só precisa ser lembrada — por ela mesma e pelo mundo — que também tem direito ao descanso, ao prazer e à leveza.

Porque ninguém nasceu para suportar o insuportável.

E a vida não precisa ser sobrevivida — pode ser vivida, com mais presença, escolha e dignidade.

Marcele Campos

Psicóloga Especialista em Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, Atrasos de Desenvolvimento Intelectual e Linguagem. Trabalha há mais de 28 anos com crianças e adolescentes. Proprietária da Clínica Neurodesenvolver.

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