Sepe-VR convoca paralisação da plataforma ConectEdu no dia 20

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VOLTA REDONDA

O Sindicado Estadual dos Profissionais de Educação do Núcleo de Volta Redonda (Sepe-VR) divulgou convocação para todos os profissionais da Educação do município para aderir ao movimento de paralisação da plataforma ‘ConectEdu’, na próxima segunda-feira, dia 20. Segundo a direção colegiada do Sindicato, o ato, que consiste em não postar nenhuma atividade nesse dia, foi motivado pelos sucessivos ataques à categoria, já debilitada financeira e, agora, psicologicamente devido às exigências absurdas da Secretaria Municipal de Educação (SME) com relação à plataforma, que custou mais de um R$ 1,7 milhão aos cofres públicos.

Em seu boletim, a direção colegiada chamou a atenção para a ‘imoralidade’ e ‘imobilidade’ da SME diante do sofrimento enfrentado pelos professores e demais profissionais que atuam na escola, como, por exemplo, a demissão das funcionárias da limpeza e da cozinha bem como o corte de duplas regências e diminuição do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), verba do governo federal que, entre outras, preconiza a valorização do magistério. “Não vamos aceitar diminuição e atraso dos nossos salários já tão defasados ; não vamos aceitar corte do PCCS  (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) fruto de mais de vinte anos de luta da categoria; Não vamos aceitar que profissionais da educação mais precarizados como merendeiras, porteiros e pessoal da limpeza paguem com seus empregos pela crise; Não vamos aceitar o corte da verba do Fundeb dos profissionais da educação em tempos de pandemia e o aumento de horas de serviço na plataforma”, criticou o Sepe.

Ainda de acordo com a direção colegiada, o Sindicato também não tolerará assédio moral por parte da Secretaria de Educação que, segundo relatos da própria categoria, tem convocado professores à sede da SME para assinar uma ocorrência (livro preto) apenas por terem se manifestado contrariamente ao governo e suas decisões arbitrárias nas redes sociais. “Fomos categóricos à secretária que se soubermos que professores estão sendo assediados apenas por manifestarem sua opinião, vamos tomar medidas jurídicas necessárias para garantir a liberdade de expressão dos profissionais da Educação e também que não sejam perseguidos politicamente”, pontuou Luiza Braz Serra, coordenadora geral do Sepe-VR.

Também foi alvo de crítica do Sindicato, além do plantão nas escolas, que coloca em risco direção e funcionários por conta da pandemia, a insistência da secretaria de Educação em obrigar professores ou equipe pedagógica da escola a postarem na plataforma atividades de disciplinas específicas, como o inglês e a Educação Física, mesmo sem a existência dos profissionais especialistas dessas áreas na unidade escolar. O fato tem gerado apreensão na categoria principalmente pela necessidade de terem de tirar dúvidas dos alunos, além de significar abuso por este configurar um serviço extra não remunerado. “Não vamos aceitar que profissionais se desdobrem lançando atividades alheias as suas disciplinas de ingresso. Mesmo a secretária avisando que não é para tirar dúvidas dos alunos nessas disciplinas. Essa fala dela demonstra a falta de apreço pelo processo de aprendizado. Se o aluno tiver dúvidas, não terá ninguém para saná-las. E isso, pasmem, com o aval da Secretaria de Educação. Provando, mais uma vez, que essa plataforma não garante o aprendizado efetivo dos estudantes”, completou Luiza.

Segundo o Sepe-VR, houve no dia 9 desse mês uma reunião com representantes da SME, ocasião que foram apresentadas as pautas da categoria. “Solicitamos uma reunião on-line, no entanto, a SME somente disponibilizou uma data e horário para reunião presencial. O Sepe questionou essa escolha, ao que foi justificada em razão do péssimo sinal da conexão da secretaria. A isto lembramos que se a secretaria – que está localizada numa área central – não possui qualidade para reuniões on-line com menos de 10 pessoas, imagine a situação dos alunos e professores que nem sempre têm sequer internet banda larga nas suas casas”, informou a coordenadora geral, salientando que o Sepe se uniu ao Sindicato do Funcionalismo Público nas manifestações contrárias ao governo municipal e sua política de cortes.

A reportagem do A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a Prefeitura de Volta Redonda, questionando os fatos narrados pelo Sepe-VR. Entretanto, até o fechamento desta postagem o governo municipal não havia se manifestado sobre as críticas dos profissionais da educação.

 

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