The Batman – Por Yuri Melo

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De vampiro brilhante a morcego vigilante, o novo Batman com Robert
Pattinson estreou! Vem conferir o que achei do filme!
Com um filme que mistura Seven Os sete pecados capitais e Jogos Mortais o
diretor Matt Reeves traz uma nova leitura do homem morcego. Nesse novo
filme nós acompanhamos um herói em começo de carreira, completamente
perturbado e com a noção de justiça totalmente distorcida, então não se
engane, por mais que o filme não queira mostrar de início ele é sim um filme
de origem.
Toda a parte inicial do filme é de arrepiar, a apresentação do novo Batman, do
antagonista Charada e todos os outros personagens que rodeiam a trama é
algo de tirar o folego, e por isso o filme de ganha nos primeiros minutos,
prende sua atenção e faz você querer ver mais daquele universo tão caótico e
deprimente. Mas não vá achando que esse é um filme de super herói comum,
que você vai ver, dar algumas risadas e voltar pra casa leve. Seguindo uma
linha muito mais próxima de Logan e Watchman, The Batman é sobre tudo um
filme dramático, que envolve questões de desigualdade social, abuso,
corrupção, assassinato, são poucos os momentos do filme que esbocei algum
tipo de sorriso porque na maior parte das vezes você está tenso com tudo que
está acontecendo. E falando sobre estar tenso a ambientação te suga pra
dentro do filme, nós passeamos por uma Gotham suja e falida muito bem
construída pela direção, então sem dúvida esse é um dos pontos altos do
filme.
Falando em pontos fortes a escolha do diretor de mostrar um Batman detetive
foi muito acertada, em todos os outros filmes do morcegão ele é sempre um
combatente e não um detetive, dessa vez nós vemos um filme policial de
investigação tendo como dupla Batman e Gordon, em um momento do filme
um dos personagens chega a falar “vocês são os melhores detetives do
mundo” que é um título muito atribuído ao Batman nos quadrinhos, então
poder ver esse lado mais investigativo em um filme de herói é algo muito
interessante. E toda a trama que o filme mostra dentro da investigação é
muito bem construída e me prendeu muito, a cada nova questão imposta para
os personagens o roteiro traz uma solução diferente e intrigante que leva a
uma próxima “charada”! Então tendo como base o vilão Charada o roteiro te
leva por uma teia de corrupção e sujeiras de Gotham onde passamos por
vários antagonistas do nosso vigilante mascarado.
Ainda falando sobre os personagens nós também temos a icônica Mulher Gato,
dessa vez vivida pela brilhante Zoe Kravitz. Ela forma uma espécie de par
romântico distorcido com o Batman e tem um bom espaço de tela pra contar
sua história, com cenas de lutas muito bem coreografadas sempre que ela
aparece na tela da gosto de ver. Só a conexão dela com um dos personagens e
o jeito que ela é introduzida na trama que não gostei muito, porque fica
forçado e foge muito ao passado da personagem. Outro que marca presença é
o querido Alfred que nessa versão não é o mordomo, mas sim uma espécie de
segurança, porém ele não tem muito tempo pra mostrar porque veio e acaba
servindo como um acessório do roteiro pra movimentar o filme em um certo
ponto. Pinguim e Falcone também estão presentes no filme e cumprem seus
papeis muito bem, os dois atores trouxeram um peso muito grande pra esses
vilões que tendem a ser mais exagerados e isso deixou o filme mais denso.
A trilha sonora é muito marcante e as vezes pesa um pouco a mão, em alguns
momentos da a sensação que os personagens podem ouvir a música e que
estão em um videoclip, mas isso não chega a incomodar muito não pois na
maior parte das vezes a trilha é bem encaixada e chega a dar um arrepio.
A fotografia tem seus momentos inspirados com planos mais longos ou
composições mais elaboradas, mas não chega a ser algo surpreendente não, os
momentos onde as cores vermelhas e azul são usadas de forma marcante são
visualmente lindos mas não chegam a estar a favor da narrativa então acaba
sendo só um espetáculo visual mesmo.
Mas vamos lá, e o Batman? Robert Pattinson da vida ao Bruce Wayne
perturbado, perdido, e que se autointitula “Vingança” como se isso fosse o
mesmo que justiça. Confesso que eu gostei de ver esse Bruce, estranho,
magro, deprimente, combina com o tom do filme e foge de todos os outros,
mas esse filme é um filme muito mais do Batman do que do Bruce, nós
acompanhamos muito pouco do bilionário sem o manto e como Homem
Morcego a composição do ator mostra um herói que ainda não tem muita
habilidade de luta e planeja pouco antes de entrar em uma briga, mas que não
tem medo e flerta com um desejo de morrer, mas que tem um talento pra
investigar e uma inteligência fora do comum. E junto com seu antagonista
Charada formam uma dupla que se completa e precisa um do outro, a ideia do
Charada me lembrou muito o Coringa de Cavaleiro das Trevas, porém é uma
semelhança boa e não uma cópia sem vida.
Por fim, pra mim é um dos melhores filmes do Batman e de super-herói, com
investigação, romance, revira volta, ação, suspense, tudo isso misturado pra
formar um filme único que se inspirou em muita coisa, mas não copiou nada.
Se você tiver a disposição de ficar mais de duas horas e meia acompanhando a
trajetória de um órfão perturbado sem dúvida vai gostar muito!
Vale o Ingresso!

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