Chegou o terceiro filme da polemica franquia do mundo bruxo. Será que acertaram ou erraram como os outros dois? Vem saber o que eu achei!
Vou começar pelo elefante branco na sala, a substituição de Johnny Depp por Mads Mikkelsen. Sendo bem direto, causa uma grande estranheza, primeiro porque apesar dos escândalos na vida pessoal de Depp ele compôs um maravilhoso Grindelwald, então fica aquela vontade de ver aquele Grindelwald nesse filme, mas acima disso o filme não faz nenhuma questão de explicar a mudança de aparência, como fez no primeiro quando passamos do Colin Farel para o Johnny Depp. Dessa vez o filme só joga isso em tela e parte da ideia de que todos os espectadores estão cientes dos problemas nos bastidores e isso é com certeza um erro muito grande, porque o filme não pode depender de nenhuma informação externa pra funcionar. Isso não quer dizer que eu não gostei do Grindelwald que o nosso querido Mads Mikkelsen trouxe para esse filme, como sempre ele demostra ser um dos grandes atores dessa geração e manda bem demais no papel, trazendo um Grindelwald sereno e frio mas que no fundo percebemos o quão louco e psicopata ele é.
Tendo dito isso bora para a crítica!
Esse é o primeiro filme da franquia Animais Fantásticos que leva outro nome como roteirista além do nome da J.K Rowling, autora dos livros de Harry Potter, e essa é uma informação muito importante, porque os outros filmes que só tinham ela como roteirista foram muito criticados por terem um roteiro fraco e episódico demais para a grandiosidade do filme. Então já aproveitando para falar do roteiro, está excelente, as relações dos personagens e suas importâncias foram restabelecidas, a trama te leva de um lado ao outro de maneira fluida e intrigante, a sensação de perda e recompensa está muito bem estabelecida e até mesmo quando o roteiro sacou um Deus Ex Machine da mala ele soube fazer de maneira concisa e consciente então sem dúvida é o melhor roteiro dos três e eu agradeço pela J.K não querer escrever filmes sozinha mais! O roteiro tem uma ou outra situação de conveniência e/ou que os personagens não conseguem resolver algo que seria fácil, mas isso não quebra nossa suspensão da descrença e não chega a incomodar.
Ainda falando sobre essa situação da J.K um dos grandes questionamentos dos fãs nos outros filmes era a relação entre Dumbledore e Grindelwald não ter sido demonstrada as claras, já que na história sempre se soube que eles eram apaixonados. Nesse novo filme isso já é escancarado logo de cara, logo no início isso já é dito e a relação de paixão e amor dos dois fica clara, o que me fez arrepiar no cinema. Sem dúvida esse é um dos pontos altos do filme, a relação entre os dois fica muito bem definida e explicada e conduz toda a trama. Com muito cuidado nenhum dos dois é totalmente mal e nem totalmente bom, os dois tem suas próprias ideologias que em algum momento divergiram e os levaram para caminhos diferente, mas são personagens complexos e interessantes.
O recorte escolhido para ser contato dessa vez também é muito mais interessante, realmente temos o embate entre os dois maiores bruxos da história da magia enquanto os outros personagens circulam a trama com suas funções concretas e importantes, ao meu ver nenhum arco ficou sobrando, todos cumprem uma função e levam a história para frente. O próprio Newt que no segundo filme da franquia ficou completamente sobrando, praticamente sem nenhuma função, dessa vez assume um papel de protagonismo merecido e conquista nossos corações. Para não entrar em spoiler o que posso dizer é: todos os personagens estão muito bem encaixados e as relações entre eles é muito boa, concertando as besteiras do segundo filme da franquia.
Já que tocamos no assunto dos outros filmes, esse filme basicamente se sustenta sozinho, ele não depende em nada dos outros dois, o que é maravilhoso tendo em vista que os outros são bem ruins. Dessa vez o filme em diálogos rápidos e levemente expositivos conta a trama dos outros dois filmes e segue em diante. Ou seja, se você não viu os outros dois pode ir ver esse de boa!
Outro ponto que achei muito interessante foi que o filme começa de uma maneira muito sombria e triste, me remetendo muito aos filmes finais de Harry Potter, que também foram dirigidos pelo David Yates, que dessa vez teve uma direção concisa e direta, fez o arroz com feijão, sabendo que os outros dois filmes não tinham ido bem ele optou por fazer o seguro e muito bem feito, o que traz para o filme um ar de previsível e torna o segundo ato um pouco arrastado, mas em vistas dos outros foi um grande acerto e por dessa vez ele estar quase que rebotando a franquia com certeza era necessário.
O ponto mais fraco pra mim foi a trilha sonora que por muitas vezes eu achei um pouco perdida, mas confesso que nas referências a Harry eu chegava a subir na cadeira! A fotografia também não tem grande destaque, mas cumpre seu papel de maneira eficiente com lindos planos e muitas vezes deixando a câmera nos atores valorizando muito a atuação deles, que basicamente todos estão excelentes em seus papeis, ela também explora bem os efeitos visuais que como de costume estão impecáveis, seja nos animais, nos cenários ou nas magias lançadas, você realmente acredita que aquilo está acontecendo!
Falando em magias lançadas, esse filme se tornou muito um filme de ação/fantasia, existem muitos momentos de ação com batalhas lindas de feitiço, e não vou falar mais pra não contar nada que não deva!
Por fim, nossa brazuca Maria Fernanda Candido está linda no filme e tem um papel de muito poder, porém, aparece pouco em tela e isso se deve ao fato da pandemia ter atrapalhado as gravações no Brasil, mas é incrível ver ela no filme!
Sem dúvida um ótimo filme e de longe o melhor da franquia!
Vale demais o ingresso!