Dwayne Jonhnson, nosso eterno The Rock, finalmente entra para o mundo dos Super Heróis, mas será que deu certo ou é só mais do mesmo?
Por Yuri Melo
Enfim chega as telonas o mais novo filme do universo DC, dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra, que repete sua parceria com o nosso The Rock de Jungle Cruise, mas é a primeira vez do diretor no universo dos supers.
O filme conta a história de origem do anti-herói Adão Negro, mostrando desde os tempos antigos, quando ele conseguiu os poderes, até os tempos atuais, onde ele é despertado para lutar novamente com o mal imperialista que quer a submissão do seu povo.
Sim, essa premissa já tá mais batida que massa de padeiro no sábado de manhã. Isso quer dizer que o filme é ruim? Não! Então já adiantando; eu gostei do filme, achei a experiencia divertida na medida certo, a aventura muito envolvente e os desafios interessantes. Isso quer dizer que o filme é perfeito? Nem de longe!
O roteiro é de filme de origem, com uma premissa bem básica e lugar comum, porém junto com a direção eles conseguem quebrar essa história batida de uma maneira muito sagaz, com uma certa inversão de protagonismo e até mesmo com o Adão se tornando uma espécie de vilão em alguns momentos, isso traz um ar de inesperado ao desenrolar dos acontecimentos. Além disso o Adão negro já chega nos tempos atuais totalmente ciente dos seus poderes, então não temos aquele clássico ato do herói descobrindo e treinando seus poderes, aqui ele já está em seu potencial máximo logo de cara.
Foto: Divulgação
Adão Negro faz parte do micro verso de Shazan, tendo conseguido seus poderes da mesma forma, sendo escolhido campeão dos magos no seu tempo, mas como visto no próprio filme do Shazan, essa escolha não deu muito certo e o Adão acaba não sendo tão heroico assim. Por ele não ser um herói o filme pode explorar alguns debates muito interessantes, como, o quanto os heróis podem intervir de fato em assuntos que não lhe dizem respeito, a crueldade de matar pessoas que você julga vilão ou o quanto podemos cobrar quando alguém toma atitudes, mesmo que absurdas, quando, mas ninguém fazia nada. E dentro desse pensamento o filme traz pra mim uma das melhores reflexões, que é, é muito fácil matar as pessoas ruins quando é você quem traça a linha do que é bom ou do que é ruim.
Ainda falando um pouco sobre as mensagens do filme, ele traz o debate do imperialismo americano que sempre busca tirar o que outros países tem de valioso e que só se importam com esses países quando eles apresentam algo que os EUA julgam valioso, antes disso eles não se importavam para o que estava acontecendo lá. Esse é um subtexto muito interessante abordado pelo filme, por mais que não seja extremamente desenvolvido, ele está sempre ali.
Foto: Divulgação
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Adão Negro é um filme de ação e nesse quesito tem muitos méritos, os efeitos estão muito bem feitos no geral, as lutas são de fácil compreensão e bem coreografadas. Cada personagem com super poderes apresentado tem suas características própria e visualmente sua identidade, o que fica lindo em tela, destaque para o personagem de Pierce Brosnan o Senhor Destino, os poderes dele são muito bonitos de ver e toda aparição dele da aquela felicidade! Mas como nem tudo são flores, o uso excessivo de slow motion é algo que incomoda demais, gastam muito o efeito e acaba ficando algo forçado e sem proposito narrativo e um dos piores pontos é o vilão final do filme, a computação parece artificial demais e ele mais parece um vilão de um jogo de vídeo game do que um ser pertencente aquele filme, destoa demais e de fato me tirou um pouco da imersão.
Falando sobre os personagens, obviamente todo destaque fica para Dwayne que como sempre toma conta com seu carisma surreal, o filme aposta muito nesse carisma para se manter, e ele não falha. Compondo um personagem mais sisudo, que parece não se importa muito com os outros, ele conduz a trama de maneira fantástica, progredindo pouco a pouco, se tornando mais “humano” ao decorrer do filme e isso é ótimo de acompanhar. A Sociedade da Justiça me soou muito jogada no filme inicialmente, por não ter uma apresentação, parece que eles foram largados ali e a gente que aceite, mas a direção apela para o carisma dos atores e também para a semelhança (as vezes exagerada) com outros personagens que conhecemos, como Dr Estranho, Falcão, Tempestade e Homem Formiga. Mas isso não é algo que atrapalhe muito sua experiencia, porque rapidamente eles nos parecem familiar e seguimos dali, e mais uma vez todo destaque para o Sr Destino de Pierce Brosnan, ele é um personagem muito interessante e dá show em tela. Agora os vilões, seja os primeiros ou o vilão final, são todos desinteressantes e sem nenhum desenvolvimento, apenas peças do roteiro pra mover as motivações dos personagens, peões sem alma que não nos importamos muito e completamente descartáveis. E eu não podia deixar de fora o trio de pessoas sem super poderes que ajudam o nosso Adão durante o filme, eles representam as pessoas comuns que vivem naquele país e como elas são afetadas e vivenciam tudo isso, cumprem seu papel no arco do longa de maneira eficiente, sem sobrar nem faltar.
Outra coisa que me agradou muito foi o humor do filme, ele é sutil e muito bem encaixado, não apela para aquele humor bobalhão que a gente tem visto nos filmes de Super Heróis ultimamente. Você não vai gargalhar no cinema, mas vai ficar com aquele sorriso de canto de boca!
Adão Negro é um bom filme de origem de um Super Herói, que por conta do carisma dos interpretes se torna um ótimo filme, você vai rir, ficar tenso e se deslumbrar com as imagens em tela.
Valeu muito o valor do ingresso!
Foto: Divulgação
