Novamente médicos do HSJB se manifestam sobre salários atrasados

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VOLTA REDONDA

Após compartilhamentos de que vários profissionais de saúde teriam pedido demissão do Hospital São João Batista (HSJB), alegando falta de pagamentos e insumos básicos, o A VOZ DA CIDADE obteve informações de que haverá uma reunião na próxima terça-feira, dia 28, para tratar do assunto. A informação foi confirmada pela prefeitura no final da tarde desta sexta-feira quando informou que o prefeito Samuca Silva promoveu uma reunião para debater a situação dos médicos do pronto-socorro do hospital e da OS que faz a gestão da unidade. Foi criada uma comissão para acompanhar a reunião entre os médicos e a OS, às 19 horas de terça-feira.
A insatisfação dos profissionais não é uma novidade. No início do ano os médicos tinham a intenção de realizar uma greve, mas na ocasião houve a negociação da transição da administração do HSJB para a Organização Social (OS). Na ocasião o prefeito Samuca Silva se manifestou e destacou que com a implantação da OS, os trabalhadores teriam seus direitos trabalhistas garantidos.
Dessa vez, a informação sobre o pedido de demissão dos médicos, surgiu de um grupo de WhatsApp denominado ‘Terceiro Clínico PSA HSJB’. Segundo depoimentos compartilhados, pelo menos 12 médicos pretendiam abrir mão do cargo, alegando falta de condições de trabalho e salários atrasados. Algumas das dificuldades citadas pelos profissionais são a falta de anestésicos para cirurgias, fios de sutura, antibióticos, entre outros. O jornal obteve informações ainda de que, além dos médicos, o RPA administrativo também está com o salário atrasado. Isso teria acontecido na noite de quinta-feira, mas os médicos voltaram atrás e a situação foi normalizada. Porém, estão sem pagamento.
Segundo uma carta dos Cirurgiões Gerais plantonistas, dirigida à população, no dia 23 de julho os Terceiros Clínicos (os clínicos mais experientes das emergências), fizeram o pedido de demissão e até o momento (na tarde de ontem) não houve nenhuma reunião para tratar do assunto. O depoimento dá conta ainda que o descontentamento não é pela criação de leitos Covid. “A reivindicação paira sobre o fato do novo setor ser acrescentado à rotina já cansativa e estressante, sem contratação de novos profissionais, sobrecarregando toda a equipe e prejudicando assim o atendimento a um paciente grave e com risco de vida”, afirma a nota.
A nota ainda especifica: “Apesar de completarmos quase sete meses sem quaisquer vínculo empregatício, trabalhando por amor ao trabalho e a instituição, e há quase dois meses de salários atrasados, algo inédito nesta instituição, cá estamos, diariamente, frente a uma pandemia de proporção jamais vista. Não bastassem todos os problemas já enfrentados, atualmente chegamos ao absurdo patamar da falta de insumos básicos. Enfrentamos atualmente a falta de anestésicos para cirurgias, fios de sutura, antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios, anti-hipertensivos, medicamentos essenciais aos cuidados com gestantes, gaze, compressas, ataduras, seringas, agulhas, etc”.
O A VOZ DA CIDADE entrou em contato também com a administração do HSJB, que é gerida por uma OS, que até a publicação desta edição não havia se manifestado.

COMISSÃO DA PREFEITURA

Sobre a reunião de hoje, o prefeito Samuca Silva disse que a população não pode ser afetada com o impasse entre os profissionais e a OS. “Nenhum profissional deixou a unidade oficialmente. Estamos acompanhando o problema e atuando para resolver as arestas criadas diante do vínculo profissional entre eles”, informou Samuca, ressaltando que a população não será prejudicada. “Há uma divergência técnica sobre as metas da OS, valores repassados e o referido desconto de valores, mas nem os médicos e nem população vão sofrer. Entretanto, a gestão pelos técnicos da secretaria de Saúde está ocorrendo e determinei a regularização dos repasses à OS para, posteriormente, efetuarmos possíveis descontos no contrato”, disse Samuca.
A secretária de Saúde, Flávia Lipke, informou que a equipe está acompanhando as conversas entre OS e médicos. “A OS tem metas a cumprir e a prefeitura está com pagamento em dia junto à entidade. Lógico que é um momento de pandemia e há corte em todos os contratos da prefeitura. Mas garantimos que a unidade está funcionando normalmente e a população não será afetada”, completou Flavia.

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