ESTADO DO RIO
Com o objetivo de fortalecer a preparação frente aos eventos extremos agravados pelas mudanças climáticas, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), em parceria com o Ministério da Saúde (MS), promoveu a primeira oficina de preparação para eventos relacionados à seca e estiagem no estado. A atividade reuniu técnicos de diversos setores da SES-RJ e de regionais de vigilância durante dois dias.
O foco da oficina foi capacitar os servidores, construindo estratégias de resposta integrada, envolvendo vigilância, assistência à saúde e comunicação de risco. Vale ressaltar que a iniciativa compõe as ações de elaboração do plano estadual de enfrentamento a esses fenômenos, que têm se tornado cada vez mais frequentes e intensos.
“O primeiro passo é traçarmos diretrizes para a secretaria, em termos de organização, de entendimento de como esse evento pode repercutir na saúde humana, quais indicadores vamos monitorar. É um primeiro passo para avaliarmos inclusive o impacto de momentos de seca e de estiagem na saúde da população. Por isso, é importante já nessa fase de preparação, pensarmos como será feito esse monitoramento”, destacou a superintendente de Emergências em Saúde Pública da SES-RJ, Silvia Carvalho.
Durante a atividade, a consultora técnica do programa Vigidesastres do MS, Priscilla Pedrette, explicou que a oficina faz parte de um esforço nacional para preparar estados e municípios.
“Essa é uma ação para capacitar e fortalecer os estados e os municípios nas ações de preparação para a gestão de emergência em saúde pública. Essa oficina especificamente é sobre a temática de seca e estiagem, mas também estamos discutindo um pouco a questão dos incêndios também florestais porque são eventos que acontecem de uma forma em conjunto muitas das vezes”, disse a consultora.
Na segunda-feira (6/10), os participantes discutiram o conceito e os impactos da seca e da estiagem. O foco foi a relação entre os indicadores ambientais e de saúde. Foram analisados como esses eventos afetam diretamente a população, tendo os dados como norteadores das ações da vigilância e da assistência. Também foi construída uma matriz de risco, como base para definir estratégias.
Já a terça-feira (7/10) dia foi voltada a dar o pontapé inicial do plano de contingência estadual. Os técnicos foram divididos em três grupos de trabalho — normalidade, alerta e mobilização, emergência e crise — que trabalharam na definição de cenários operacionais e ações específicas para cada área da saúde. A comunicação de risco e os indicadores prioritários também foram debatidos como elementos-chave da resposta eficiente.
Durante o evento, o técnico do Ministério da Saúde Felipe Cesário apresentou o Programa de Formação em Emergências em Saúde Pública (Profesp), que oferece cursos online voltados à qualificação de profissionais da área. A plataforma inclui desde temas como planos de contingência e vigilância para desastres, até cursos sobre emergências complexas, como eventos químicos, biológicos, radiológicos e nucleares, além de formações sobre comunicação de risco e vigilância climática.