BARRA MANSA
Uma pesquisa do Sebrae no Rio de Janeiro aponta que 56% dos empreendedores possuem dívidas em aberto, com parcelas em dia ou atrasadas. Para 72% desses donos de pequenos negócios, as dívidas representam até 50% dos custos mensais da empresa, enquanto para 21% esse gasto é superior a 50%. Em contrapartida, 44% dos entrevistados não possuem dívidas.
Segundo o coordenador de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Rio, Marcos Mendes, a renegociação de dívidas deve ser um ponto de partida para que o empreendedor consiga ficar no azul. “Essa capacidade de pagamento precisa estar alinhada com o orçamento da empresa. Por isso, é necessário que essa relação com as instituições financeiras seja próxima. As empresas precisam olhar planilhas e ter um bom planejamento financeiro”, explica.
Em relação à solicitação de crédito, a pesquisa mostra que 65% das solicitações foram recusadas. Enquanto 30% alegam ter conseguido e 5% ainda esperam uma resposta. Já quando o assunto é o faturamento das empresas em comparação com o ano anterior, o levantamento indicar que 36% dos donos de pequenos negócios afirmam que houve queda, 29% mantiveram o rendimento e 23% aumentaram a renda no período.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Barra Mansa, Gleidson Gomes, explica que não há uma pesquisa como essa feita pelo Sebrae no âmbito municipal ou regional, mas acredita que os números sejam parecidos pois o comércio nos últimos meses tem enfrentado grandes desafios. “Quem empreende, sabe que o endividamento pode ser uma consequência natural do crédito para a construção ou ampliação de um negócio, e que isso deve ser calculado. O grande problema é lidar com as instabilidades do mercado, do consumidor e também as restrições ou mudanças nos programas de crédito financeiro”, diz.
A CDL BM explica que, segundo dados recentes também do Sebrae, a inadimplência atinge um em cada quatro pequenos negócios no país e as dívidas em atraso representam, no mínimo, 30% das despesas de muitas empresas. E todo esse custo precisa ser absorvido pelo empresário.
“A inadimplência nas empresas, seja no varejo ou na prestação de serviço, afeta bastante os negócios e sim, é uma das grandes causas de endividamento do empresário que não recebe do seu cliente e precisa buscar alternativas, muitas delas nos bancos, com juros altos e restrições ao crédito. Tudo isso limita bastante todo e qualquer desenvolvimento de uma empresa e da economia do país”, diz Gleidson.
Nesse contexto, ele orienta os empresários a estarem em constante busca de soluções. “A CDL sempre orienta seus associados a sobre a importância de saber renegociar as dívidas, e buscar iniciativas que facilitem os clientes nas condições para quitação dessas dívidas. Além disso, fazer as consultas de SPC junto à CDL para realizar uma venda segura. Além disso, a entidade a todo momento também busca por ações de benefício aos seus associados junto às instituições financeiras locais para oferecer vantagens em taxas menores e oportunidades de crédito. Tudo isso são apoios cruciais para os empreendedores vencerem momentos como esse que estamos enfrentando”, finaliza Gleidson.