Sassaricando – Oscar Nora

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Divulgação

Há algum tempo, nas partidas de futebol vem crescendo o número de contusões provocadas pelo choque de cabeça entre dois jogadores. Por alguma circunstância, provavelmente tática, as jogadas aéreas passaram a ser mais comuns e consequentemente tornaram os naturais contatos corpo-a-corpo momentos mais perigosos.

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Hoje é comum o corte na face, no supercílio, nos lábios, goleiro usando máscara protetiva do nariz fraturado e cenas de desmaio em consequência dos choques de cabeça. No ano passado, o lateral Nanu, do FC Porto, desmaiou após uma batida de cabeça com Kritciuk, durante uma partida entre o FC do Porto e o Belenenses. Foi imediatamente substituído e por um bom tempo ficou em observação até voltar a jogar futebol tempos depois.

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Pancada na cabeça é coisa grave. Que o digam os lutadores de box, esporte onde a maioria acaba lesada para sempre e alguns morrem. Que o digam os jogadores do futebol americano e seus capacetes nem sempre totalmente protetores. Pergunte a um neurologista o que uma pancada na cabeça pode causar e você ficará assustado. Por essa razão é uma temeridade quando, após um violento choque de cabeça e, aparentemente recuperado, o jogador volta a campo para continuar jogando.

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O ideal é que nesses casos o jogador seja definitivamente substituído daquela partida e entre em período de observação. Diante do freio de mão puxado nessa possibilidade, especialmente quando a equipe esgotou o número das substituições de atletas, a International Football Association trabalha numa solução interessante.

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Responsável pela regulamentação das regras do futebol que a Fifa executa, a IFAB autorizou testar a substituição adicional do jogador que sofreu concussão. Substituição que pode ser por tempo determinado ou definitiva, mesmo que seu time já tenha realizado todas as substituições normalmente permitidas.

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E ampliando os cuidados para evitar a concussão, a centenária IFAB – foi fundada em 1883 quando o Brasil ainda era império – enviou esta semana uma orientação sobre o assunto, para as confederações nacionais de todas as suas filiadas, recomendando a proibição dos lances de cabeça para as crianças menores de 12 anos.

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A partir de agora, na turma Sub-12, quando um jogador cabecear a bola, o juiz apitará falta a favor da equipe adversária. O neurologista que estiver assistindo ao jogo dirá “– fez bem!”. No futuro, essa regra valerá para todas as categorias do futebol. E quando for assim, o flamenguista saudoso das cabeças mortais do Fabrício, Ayrton e Lázaro, com um suspiro profundo dirá “Ah, que saudade!”

 

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