Sassaricando – Oscar Nora – 27 de março de 2019

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Foto: Rafael Bello/ COB

No início do mês de março, Aída dos Santos recebeu em casa, no bairro do Fonseca – Niterói, parentes e amigos para comemorar o aniversário. Dia primeiro ela completou 82 anos de idade. Entre as pessoas mais novas poucos devem saber quem é Aída dos Santos. Contudo, aqueles que sabem, sentem orgulho desta perseverante e fantástica mulher.
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Aída dos Santos foi atleta da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964. Única mulher no grupo, enfrentou enormes dificuldades antes e durante a competição. Sozinha, sem técnico, sem equipamentos adequados para competir, sem apoio e com dificuldade de comunicação em outro idioma, os infortúnios de Aída não ficaram por aí.
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Nas provas classificatórias torceu o pé. Após cada tentativa, as dores eram mitigadas pela solidariedade do médico da delegação cubana. Mesmo com o céu desabando sobre sua cabeça, a brasileirinha se superou. Em pulo magnifico de 1,74m terminou a competição na quarta colocação do salto em altura.
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O Inédito resultado individual olímpico do atletismo feminino brasileiro, imbatível até 2008, nos Jogos Olímpicos disputados na China, não é uma conquista isolada de Aída. Negra, pobre, favelada e adolescente, logo no primeiro treino, levou uma surra do pai que não queria vê-la atleta – “Pobre tem de ganhar a vida e você não ganhou dinheiro algum fazendo isso”.
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De fato, não ganhou. Mesmo depois de ficar famosa, para seguir praticando a paixão pelo esporte Aída precisou ser faxineira na casa dos outros. Para ter a permissão de competir, antes de cada treino pagava pedágio ao pai: subir e descer o morro para pegar água.
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O tempo passou e Aída continuou brilhando no arremesso de peso, corrida de revezamento, basquete e vôlei. Depois, se formou em Educação Física, Pedagogia e Geografia. Começou a lecionar, casou, teve filhos. Diferente do que foi sua infância, os três – Rogério, Patrícia e Valeska praticam esportes desde pequenos. Valeska é profissional e se tornou campeã olímpica no vôlei.
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Anteontem Aída dos Santos esteve na sede do Comitê Olímpico Brasileiro participando do debate “Mulheres no Esporte”. Todos a ouviram atentamente. Inclusive seu relato sobre 1972, quando foi banida da delegação olímpica brasileira após revelar a saga enfrentada para se tornar a heroína de 55 anos atrás.
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Foto: Divulgação

Flu x Fla, hoje e Ban x Vas, amanhã, decidem finalistas para o título estadual deste ano. Centenários, os quatro têm muita história para contar nos confrontos diretos. No Flu x Fla são mais de 300 jogos com 152 vitórias/Fla e 136/Flu, mas empate de 22 a 22 no Brasileirão. Para o Vasco, maior vencedor da Taça Rio, a vantagem é maior. 137 vitórias em 219 jogos que empataram 42 vezes. Redes estufadas quase duas mil vezes: Fla/607, Flu/554, Vas/505 e Ban256. Fora as bolas na trave.

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