Sassaricando – Oscar Nora – 25 de julho de 2018

0

Infelizmente o futebol está cada vez mais mercantilizado. Fifa, mídia, clubes, empresários, jogadores, torcedores, todos, estão envolvidos em cenários absurdos. João Havelange começou a transformação na Fifa dando-lhe formato empresarial. Mas, assim como Santos Dumont não imaginou que sua invenção pudesse se tornar cruel arma de guerra, Havelange não previu que a Fifa se transformaria em gigantesco pote de ouro reabastecido a cada quatro anos.

+

Nos dias atuais, usando da força de ter mais associados do que a Organização das Nações Unidas, a Fifa passou a leiloar sedes, com o pregoeiro atento para somente bater martelo depois do vencedor aceitar cumprir insidioso protocolo de compromissos. O ritual elegeu a construção ou reforma de suntuosos estádios de futebol e namorou com a televisão até o casamento.

+

O consórcio da Fifa com a TV, em que pese a semelhança de gênero, gerou trigêmeas batizadas de Confederação Continental, Confederação Nacional e Federação Estadual. Trabalhando unida, a nova e soberana família criou campeonatos, torneios e copas de variados tamanhos e categorias. Interminável sucessão de eventos, com jogos todos os dias da semana e muitos às dez horas da noite.

+

Sem dar bola para o fato de que os horários estapafúrdios afastariam torcedores dos estádios, pois estesseriam servidos nas suas próprias casas com as imagens da televisão. Macabra e perfeita combinação onde a TV transmite o jogo a um custo operacional menor do que a produção de duas horas de programação de estúdio. E ainda faturando no patrocínio publicitário e na revenda da imagem ao vivo e reprisada.

+

Mas os clubes nada recebem por essa metamorfose? Sim, recebem. Na maioria dos casos cotas adiantadas, colaborando para sucessão do círculo vicioso e a eterna dependência. Por outros pecados cometidos, agora também jogam sal grosso em cima de algumas violentas torcidas organizadas, por eles generosamente bancadas na contrapartida do apoio político.

+

Nesse cenário caótico, clubes, diretores de clubes e jogadores passaram a conviver com parceiros cada vez perigosamente mais fortes. Numerosos, estão longe da pureza de Peter Pan ou da ousadia de Robin Hood que roubava para dar aos pobres. Os empresários são mercadores do talento alheio. Muitos mandam nos clubes, influem nas escalações, escravizam atletas diante da subserviência de técnicos e diretores corruptos.

+

Sem estar generalizando, esse prenúncio do apocalipse explica porque os clubes do interior estão arrasados, os das capitais caminham para o mesmo destino e porque aumenta a legião de torcedores órfãos da paixão por um clube do coração. Explica também porque o Brasil possui seleção formada por titulares que jogam até na China, mas não em seus próprio país.

+

O ponteiro campeão olímpico, Giba, é o novo nome incluído no Hall da Fama do voleibol mundial. Entre seus principais títulos estão três mundiais, ouro Olímpico (Atenas – 2004) e duas pratas em Olimpíadas (Pequim-2008 e Londres-2012), dois ouros e dois bronzes em Copas do Mundo; três ouros em Copas dos Campeões; oito ouros, duas pratas e dois bronzes na Liga Mundial; um ouro, uma prata e um bronze em Jogos Pan-Americanos; e oito ouros em Sul-Americanos.

Deixe um Comentário