Sassaricando – Oscar Nora – 24 de janeiro de 2023

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Ilustração: vermelho.org

Segundo o site “somosfanaticos.fans”, o Flamengo faturou 218 milhões de euros em 2022, superando até gigantes europeus. Fez melhor do que o Everton, a quem venceu no fotochart porque o clube inglês também faturou 218 milhões de euros e viu no seu retrovisor o Milan que ficou nos 216 milhões.
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Mas há controvérsias. Segundo a consultoria Deloitte – maior organização de serviços profissionais do mundo, com receita global de 59 bilhões de dólares no ano fiscal de 2022, o Everton faturou quase 214 milhões de euros e o Milan superou os dois com €264.9m. Na conversão da moeda, cada um deles superou a marca de 1 bilhão de reais.
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Ainda refletindo sobre essas somas, elas estão no patamar do salário mínimo do capitalista futebol dos tempos atuais. Nos seus faturamentos em 2022, Flamengo, Everton e Milan até estão acima do Southampton/€177.7m, Villarreal/178.7, Sevilla/186.1, Ajax/187.2, Crystal Palace/188.9, Benfica/196.7, Eintracht Frankfurt/208.3, Aston Villa/210.9 e Newcastle United/€212.3m.
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Mas estão abaixo do West Ham United/€301.2m, Internazionale/308.4, Borussia Dortmund/356.9, Atlético de Madrid/393.9, Juventus/400.6, Arsenal/433.5, Tottenham Hotspur/523 e Chelsea/568.3m.
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E no andar ainda mais acima, tem a turma que faturou três vezes mais: Barcelona/€638.2m, Bayern de Munique/653.6, Paris Saint-Germain/654.2, Manchester United/688.6, Liverpool/701.7, Real Madrid/713.8 e, acima de todos, o Manchester City com 731milhões de euros.
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Comparando com os quatro grandes do futebol no Rio de Janeiro, a realidade é bem cruel. Não são dados oficiais porque ainda não foram votados e aprovados os balanços de 2022, mas pelo que cada um diz, o Flamengo faturou no ano passado 1 bilhão e 200 milhões de reais + ou – 250 milhões de euros. O Vasco da Gama/R$250 milhões/€50 milhões, Botafogo R$200 milhões/€40milhões e o Fluminense apenas R$68 milhões/€13milhões.
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Lucas Cristovão jamais jogou no São Cristóvão nem sabe onde fica o bucólico estádio da equipe cadete. Mora em Portugal, é escritor e trabalha na área da comunicação desportiva. Escreveu recentemente: “– o futebol é um território nascido de dentro do capitalismo… e gera um conjunto de tensões que se prolongam no tempo… Se a origem do jogo surge no campo dos privilegiados, o futebol foi aberto às classes mais baixas na busca de talento e capacidade competitiva… o século XXI veio, de alguma forma, dinamitar os espaços onde estas tensões se desenvolvem.”

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