Sassaricando – Oscar Nora – 18 de setembro de 2018

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Foto: Divulgação

Ao ser entrevistado pela Rede Globo, logo após o término da partida entre o Bahia e o Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro, Felipe Melo dedicou o gol feito por ele – salvando o Palmeiras de uma derrota – para Jair Bolsonaro: – “Esse gol vai para nosso futuro presidente, o Bolsonaro. É muito importante seguir nessa sequência de não perder”.
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A declaração virou assunto nacional, recebendo aplausos dos correligionários e a insatisfação dos adversários do presidenciável, o que é natural. Artificioso foi e é o fato de parte da mídia ter passado a hostilizar o atleta, insinuando a possibilidade do volante vir a ser punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pela manifestação.
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Curioso que assim tenha sido, uma vez que não existe nenhum artigo no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) que impeça um atleta de manifestar sua opinião política. Mas, alimentada por um revanchismo tolo e uma frágil linha de argumentação, a Procuradoria do STJD diz temer que a atitude de Felipe Melo vire rotina entre os jogadores.
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Pendurados no estribo da fama que o assunto provoca, pseudos magistrados, cujas imaginadas togas mais se parecem com o lenço do Chapeuzinho Vermelho, apontam até o artigo do enquadramento: o jogador do Palmeiras pode ser incluído no artigo 258 do CBJD que prevê punições de até seis partidas nos casos de condutas disciplinares ou antiéticas não esclarecidas no código.
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Os que pensam punir Felipe Melo sugerem que estamos diante de dois brasis dentro de um único Brasil, cada um deles com interpretações próprias sobre legalidade, licitude, honradez e outros bichos. O certo e o errado se transmutam, dependendo do lado em que a pessoa está.
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Em um Brasil, o cidadão público como jogador de futebol não tem direito à opinião própria. Ele é igualzinho àquele trio dos macaquinhos em que um não vê, outro não fala e o terceiro não ouve. No outro Brasil, porém, cidadãos públicos como cantores e artistas em geral, têm direito e até são remunerados por suas opiniões próprias divulgadas na mídia.
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Tem razão meu amigo Galvão Bueno quando pergunta: Arnaldo, isso pode, Arnaldo? E o bom, experiente e equilibrado Arnaldo responde: – a regra é clara e igual para todos.
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Foto: Divulgação

Ontem/terça/18, o Brasil enfrentou e venceu a China pela última rodada da primeira fase do Campeonato Mundial de vôlei masculino, na Itália/Bulgária. Vitória por 3 sets a 0, com parciais de 25/21, 25/22 e 25/17. Com o resultado e a vitória da França sobre o Canadá, os brasileiros terminaram a primeira fase em primeiro lugar, empatados com os holandeses em número de pontos ganhos, mas superiores no saldo entre sets ganhos e perdidos.

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